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A ANGÚSTIA ALEMÃ

A geração que nasceu depois da queda do Muro de Berlim, transcorridos 25 anos, descobre que a República Democrática Alemã (Alemanha Comunista), pátria de seus pais e avós, tinha também aspectos positivos. Embora um país de escassez material gritante e de falta de liberdade de expressão, as pessoas eram mais solidárias umas com as outras. Lá faltava tudo, mas por não viverem numa sociedade dominada por dinheiro, a chance de ser feliz era maior. Não é que seus pais e avós não quisessem a vida em liberdade, mas penaram muito para se adaptar e aprender a viver por conta própria no sistema capitalista. Contudo, se consideram com muita sorte por ainda não terem nascido ou presenciado o regime nazista e, posteriormente, o comunista – numa região do planeta onde tudo é feito ou aplicado com excesso de rigor e disciplina. Na Alemanha Oriental ninguém era rico mas também ninguém era pobre e todos tinham emprego. E quanto a Berlim sem o Muro, o Leste (capitalismo) e o Oeste (comunismo) deram lugar, respectivamente, a bairros ricos e pobres. Ao contrário dos jovens do Leste, que preferem o estilo punk e rebelde, os jovens ocidentais são mais tradicionais e menos politizados. Mas a sociedade alemã, como um todo, ainda é movida pela culpa da Segunda Guerra Mundial, identificada com o extermínio, a destruição total e o Holocausto, mesmo nas gerações mais jovens onde pode ser notada uma atitude de medo antes de tomar uma decisão: a chamada “angústia alemã”.

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Antonio Carlos Gaio
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