1, 2, 3…respira.
1, 2, 3…não pira.
1, 2, 3…
Vamos começar tudo
mais uma vez?
Ei, quando foi que você
ficou assim?
Diz pra mim?
Quando foi que você
esqueceu que já esteve
nove meses no escuro
esperando, repito,
esperando…ando
para nascer?
Por que agora tem que correr?
Correr pra chegar onde,
me diz?
Para um dia ser feliz?
Que dia será esse?
Ah, se você me desse
um pouquinho de atenção!
Eu pegaria na tua mão
e a pousaria sobre teu coração
e juntos sentiríamos
suas batidas,
lentas, repetidas.
Então você veria que é ali
que está a vida.
Isso, na batida,
no compasso,
no marca-passo,
nos seus passos,
um por um
e não em algum
ponto qualquer
lá longe.
E só depois
te perguntaria de novo:
“ei, vai pra onde,
está com pressa?”
e você diria:
“não, já estou no agora,
e isso é tudo,
tudo o que interessa”.