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CAPÍTULO CXXIX – PEQUENOS SERVIÇOS

Uma grande massa de aprendizes, sequiosos por novas oportunidades, queixam-se de não encontrarem colocação nos serviços gerais do mundo. Ou mostram-se desgostosos por não haverem obtido um cargo de alta relevância. Ou frustrados por ainda não terem descoberto seu talento. Ou por ainda se encontrarem à sombra de alguém menos capaz ou incompetente.
A maioria anda esquecida do valor dos pequenos trabalhos ou serviços, que consistem, por vezes, no lidar com um fardo pequenino, na tolerância em face de uma conversação fastidiosa, nos favores gratuitos de alguns vinténs ou na dádiva espontânea ainda que humilde.
Servicinhos, segundo o Espírito Emmanuel. Raras pessoas tomam à justa consideração. Embora de tamanho valor intrínseco. Pura ingratidão? Ou a cegueira de quem recebe?
Prosseguindo a intervenção espiritual, sem ainda ser presencial na Fundação Marietta Gaio e realizada na residência de cada médium e de quem se encontra sob tratamento, segundo o calendário da Fundação, com todos obedecendo ao regime de confinamento em face da pandemia do coronavírus, a centésima vigésima nona intervenção espiritual, em 4 de dezembro de 2020, efetivou-se sob a égide da leitura de “Vinha de Luz”, 38 (“Servicinhos”), de Chico Xavier pelo Espírito Emmanuel, e estudo preliminar do capítulo 21 (“Haverá falsos cristos e falsos profetas”), item 5 (“Prodígios dos falsos profetas”) do livro de Allan Kardec, “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Ao longo dos séculos, os homens têm costumado explorar, em benefício de sua ambição e de seu desejo de dominação, certos conhecimentos que possuem aos olhos do povaréu, a fim de usufruírem de um prestígio e de um poder sobre-humano que uma suposta missão divina lhe concederia. Sempre surgirão falsos cristos ou profetas unicamente para enganar as massas, ao tentarem manipular grandes prodígios e coisas miraculosas, obras exclusivas de Deus e fora das leis da Natureza. Somente a propagação dos conhecimentos acaba por desacreditá-los e os dissipa no esgoto de onde vieram. São seres perversos e inferiores que abusam da ordem moral para solapá-la e colocá-la a serviço da cegueira de quem recebe, e que nem desconfia do Mal com que passa a se revestir.
Os falsos profetas assim agem mortificados pela obtenção do ensejo de aparecerem e brilharem nos cartazes enormes em que são veiculados, sem terem noção da insensatez e da perturbação com que estão contaminando seu espírito, mergulhando-o num caminho sem volta. E quem anda às cegas, procure imediatamente tomar as rédeas de seu destino, antes que decidam seu fim à sua revelia.

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Antonio Carlos Gaio
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