Em defesa da Amazônia legal contra organizações criminosas que espoliam o seu ouro e pedras preciosas, sua madeira, exploram sua fauna e flora de rara beleza, e exterminam os indígenas que habitam suas reservas legais, o jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira foram cruelmente assassinados com armas de caça e esquartejados, lançados os restos humanos no rio e afundado o barco em que se deslocavam. Com a investigação recém-iniciada, a Polícia Federal do Bolsonaro já concluiu que os assassinos agiram sozinhos e não houve mandante nem organização criminosa por trás da corrida desenfreada para se apropriar das riquezas da região, incentivada e facilitada pelo governo Bolsonaro. Se 15 líderes sociais e ambientais já foram assassinados na Amazônia até hoje, 35 em 2021, a maioria composta de indígenas. São quadrilhas de pistoleiros, de ocupação de terras e de falsificação de documentos públicos, atraídas pelo desmonte das instituições de fiscalização das florestas e pelas mudanças nas leis da regularização fundiária promovidas pelo governo Bolsonaro. Os requintes de crueldade utilizados na prática do crime evidenciam que Bruno e Dom estavam próximos de pôr as mãos nessa escalada de crimes que encontra eco no Palácio do Planalto. Apressadamente a Polícia Federal do Bolsonaro se recusou a aprofundar a investigação e ficou no nível dos executores do atentado, sem ir além, tudo para agradar ao poderoso chefão. Outro indício de envolvimento de Bolsonaro com as transgressões cometidas contra o meio ambiente é que seu governo tentou apagar a importância da ajuda dos indígenas nas buscas dos restos humanos dos dois heróis trucidados (passaram informações valiosas), na coletiva de imprensa dada em Manaus pelas Forças Armadas, Polícia Federal e demais autoridades. Se já levava fama pelo desaparecimento da vereadora Marielle no Rio de Janeiro, pelo genocídio na pandemia, mais dois mártires em prol da Natureza em sua lista de desafetos tornarão o julgamento final de Bolsonaro um dos mais concorridos. Porquanto se trata de um dos animais pré-históricos que baixou por aqui que mais perturbou nosso juízo, conseguindo despertar em nós sentimentos de repulsa e asco ao vê-lo conduzir o Brasil para um estado de degradação moral como nunca vimos antes e pouco podermos fazer para evitá-lo.
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