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12 ANOS DE ESCRAVIDÃO

12 Anos de Escravidão

É o maior filme já realizado sobre escravidão em todos os tempos. Primeiramente, por ser baseado na autobiografia de um homem negro e livre, Solomon Northup, escrita em 1853, que nos coloca a par de sequestros no norte dos EUA para suprir de escravos o sul com a proibição do tráfico de escravos em vigor. Levado de Washington em 1841, foi explorado por 12 anos cortando cana em Louisiana, tendo que fingir que não sabia ler nem escrever, nem muito preparado para diversos ofícios para não desafiar a ignorância de proprietário de terras, bem como integrar o extenso calvário de sofrimentos exibidos no filme aos quais o regime de escravidão submete o ser humano. Atender aos desejos sexuais do patrão ou se tornar sua amante, sofrer humilhações de espíritos doentios, chicotadas por não atingir a produção diária, o leilão de escravos separando mãe de filhos, a forca se tentar fugir, a salmoura para curar as cicatrizes das vergastadas, dançar e cantar à noite para entreter a dura vida de seus donos, todos em perfeita promiscuidade com o mundo escravo. Mas foi a ideologia que o filme deixa transparecer o que mais chama a atenção, com o sistema capitalista, no auge de sua selvageria, gerindo as relações econômicas e sociais que vieram a inspirar Karl Marx, à mesma época, com o achado de “toda riqueza provir da exploração do homem”. O filme nos aproxima dessa realidade viajando num tempo não muito distante, e é isso que nos assusta ao longo da projeção, embora a plateia se vincule mais ao rosário de maldades perpetradas por psicopatas senhores de engenho contra seus semelhantes.

Antonio Carlos Gaio:
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