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278 ANOS DE CADEIA PARA O MESTRE DA FERTILIZAÇÃO QUE ESTUPRAVA FUTURAS MAMÃES

O médico Roger Abdelmassih ganhou respeitabilidade por ser um dos pioneiros da fertilização in vitro no Brasil. Porém desgraçou sua reputação e a própria vida quando cometeu dezenas de estupros em sua clínica especializada em reprodução assistida. Na certeza de que jamais um espermatozoide seu fecundaria um óvulo sequer de suas pacientes – um crime sem rastro. Bem como as vítimas não tinham plena capacidade de agir, pois estavam retornando do estado de sedadas. Quanto mais reagir – algumas foram imobilizadas. Afora o constrangimento em denunciá-lo. Quem poderia imaginar que o médico que traria ao mundo o filho tão acalentado, o qual seu organismo era incapaz de reproduzir de forma natural, fosse capaz de abusar de sua confiança integral? Beijando-as na boca, com língua, passando a mão em todo o seu corpo e praticando o ato libidinoso invasivo, seja a conjunção carnal ou anal – quando a violação ao corpo inerte não se repetia. A delinquência de longa data não abalou a sensibilidade máscula do juiz supremo Gilmar Mendes que, impregnado do espírito natalino em 2009, mandou soltá-lo na véspera, mediante a garantia do registro cassado pelo Conselho de Medicina de São Paulo. Quem nos garante que o monstro não voltará a atacar nas ruas, nas saídas de colégios ou em enfermarias? Se ficasse aos cuidados de um conselho tutelar de detentos em presídios de segurança mínima, as mulheres estariam mais seguras. Mas o doutor Abdelmassih não é pobre.

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Antonio Carlos Gaio:
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