Assim como o PT não pode chiar com os destemperos de Joaquim Barbosa para condenar os mensaleiros sem dó nem piedade pelo fato dele ter sido indicado por Lula, na mesma medida, PSDB e mídia, irmanados em sofisticada organização, não podem levantar suspeitas sobre a honorabilidade dos magistrados Barroso e Teori (indicados por Dilma) só porque viraram o jogo e absolveram os réus (sobretudo os petistas) de formação de quadrilha, tirando o gostinho da irmandade chamar José Dirceu de o chefe da quadrilha, revertido para o mais graduado coautor dos delitos apenados – não soa bem. Joaquim Barbosa, que briga com quem não o seguir, também é contra a morte ou aposentadoria de juízes supremos e a substituição que redunde numa maioria circunstancial no plenário, de tal forma que promova uma sanha reformadora para lançar por terra seu trabalho primoroso (e único) no julgamento do mensalão, no qual granjeou fama e aplausos da burguesia por sua performance, bem como conquistando popularidade para abraçar a política (não tem outro caminho), o que já o faz vestido de toga, não sem raro brilho demagogo.