Muitos comentam que o comunismo da Coreia do Norte, de tão anacrônico, chega a ser exótico, se não fosse eminentemente perigoso quanto a uma guerra atômica que pode desencadear. Como esses reacionários só sabem ser anticomunistas na vida, seus olhos não enxergam o perfil da Arábia Saudita, banhada por areia e deserto e cercada de águas do mar por quase todos os lados, com petróleo correndo à solta em seu subsolo a pouca profundidade. Era para ficar entregue à sua própria sorte, tanto que sua população, comparada aos demais países árabes, é pequena. Mas tornou-se multimilionária com o ouro negro e aliada logo dos Estados Unidos, quando deveria ser sua inimiga – talvez pelos sauditas se julgarem um país tão rico quanto os americanos, o que é de uma megalomania sem par. Pelo fato de Meca ser a cidade sagrada dos muçulmanos e encontrar-se em seu território, a Arábia Saudita investiu-se no papel de guardiã do islamismo, definindo terrorismo como propagar o pensamento ateu, seja qual for sua expressão crítica ou associação independente que dê margem para colocar em questão os fundamentos da religião islâmica. As autoridades sauditas nunca toleraram críticas sobre suas políticas, hábitos e costumes, sem contar que lá a mulher é considerada um zero à esquerda. Tudo isso daria motivo para rir de pena ou de chacota, se não fosse igualmente tão sério quanto a Coreia do Norte, muito sério mesmo, e a Arábia Saudita não impusesse respeito pela fortuna que acumula em diversos bancos estrangeiros graças ao petróleo. Em nível de globalização capitalista, o dinheiro compra tudo, inclusive o silêncio, calando a boca de quem tem juízo. Já o comunismo…
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