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A CARGA QUE DEVEMOS SUPORTAR

É muito comum ouvir que Deus não nos remete uma carga na vida maior do que aquela que poderemos suportar sobre nossos próprios ombros. Te dará a força suficiente para resistir aos fardos e às misérias que chegam até nós, os quais sempre recebemos como algo surpreendentemente novo e assustador, percepção essa captada desde que o mundo começou a se organizar com vestígios civilizatórios. Muito embora nunca estejamos preparados para a dor e desolação que costumam acompanhar os pesados encargos, se nem sabemos como irá ser o dia de amanhã.
Sobreviveremos a tamanhos fardos? Os que não conseguem vencer se deve a seus limites terem sido alcançados. Se a dor vence a força e a resistência é porque a paz já se encontra no descanso eterno.
A verdade é que compreendemos muito mal essas sobrecargas que nos são lançadas e, se não as aceitamos, não aprendemos o que significa a resignação.
Grandes catástrofes sempre existiram. Guerras, enchentes, terremotos, maremotos, erupções de vulcão, pragas, pestes, já se mencionavam cidades inteiras destruídas no Antigo Testamento. O que faz a diferença nos dias de hoje é o acesso quase instantâneo às tragédias do cotidiano através dos meios de comunicação que a tecnologia não se cansa de atualizá-los.
Obrigando a nos enveredar por uma terrível realidade: não sofremos se não tomarmos conhecimento; muito embora, se soubermos mas não vermos, soframos menos.
Se as cargas são por demais pesadas e aparentemente insuportáveis e continuamos de pé é porque ainda temos um caminho pela frente, para viver e estender a mão aos que carregam cruzes mais pesadas que as nossas. Isso não é uma palavra de consolo, nem uma pequena luz de esperança para o dia de amanhã, mas uma realidade que nos conduzirá ao sentimento de paz e à vida eterna.
Baseado no exemplo de Jesus Cristo, que conseguiu carregar a cruz por entre vielas, se arrastando devido ao peso da cruz, até chegar na elevação onde seria crucificado, definhando pouco a pouco até vir a morrer. A sublinhar no sacrifício corajosamente enfrentado que o amor de Deus por nós não é condicional ao que oferecemos e, em consequência, nosso amor a Deus não pode ser regulado pela carga que estamos sujeitos a suportar a cada encarnação, se merecemos ou não tamanhas intempéries açoitando a nossa alma.
Por isso, não consta do livre-arbítrio recusar-se a viver. Há que encarar frente a frente a carga embutida em nosso carma, inerente a cada encarnação, dando prosseguimento à evolução de nossa alma.

Antonio Carlos Gaio:
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