Os homens cultivam a mania de competir até mesmo no lazer. Por também ser lúdico. Tocam por ouvido. Inconscientes do barro com que foram moldados. Na diversão mostram e reafirmam o poder e a força de sua inteligência. O poder da mente. A força de seus argumentos perspicazes e cáusticos. Que denotam aspereza quando tentam desafiá-los. Com o espírito de derrubar.
Quando um desavisado no pôquer arrasa a banca e deixa a zero os adversários, todos desejam escalpelá-lo. Chegam a se unir para propor uma revanche no dia seguinte e arrancar o pelo do sortudo, que tirou partido e abusou das cartas. Depenado o pato, todos se regozijam de terem ido à desforra. Caso contrário, seria uma humilhação que os obrigaria a uma retaliação do nível de isolar o parceiro do jogo, senão do grupo, para sempre.
E a inofensiva porrinha? Onde se brinca de esconder de um a três palitos de fósforo em uma das mãos, para o antagonista provar sagacidade e adivinhar com quantos pauzinhos você veio, conforme sua aparência denunciar. Ou se costuma blefar e abusar da “lona” – mão vazia -, na tentativa de torná-lo otário. Ou se é valente, pedindo “tudo” de cara e arriscando na mão cheia de ambos, na tentativa de torná-lo seu pato. Ou se procura humilhá-lo, de chofre, apostando em “nada” nas duas mãos e mandando-o para casa, desmoralizado até a quinta geração.
Somente no futebol, onde a competição se acirra de forma absurda e a lógica nem sempre ratifica o brilho das estrelas, é que o homem reúne condições para superar todas as suas deficiências quando faz prevalecer em campo o espírito de equipe, sem discriminar classes sociais ou manifestar racismo, para a vitória premiar o maior talento ditado pelo comportamento mais equilibrado em dosar as energias e o senso de oportunidade.
Diferentemente do cassino quando joga todas as suas fichas no ganhar ou perder, no matar ou morrer; não existe cair de pé, só sair arrasado. Não se joga para passar o tempo ou se distrair e sim para se derrotar a banca do cassino. Daí se associar cassino às especulações do mercado financeiro, para ficar rico com uma só tacada. Ou à roleta da vida gerar imprevistos insuportáveis, somente remediados com a roleta russa.
Mas é no xadrez que o homem não encontra saída ao ouvir o ultimato: xeque-mate! O ataque mortal ao rei que o habita, onde não há qualquer possibilidade de escapar ou se defender, o que implica no abandono da partida derrotado, por baixo, menor ou sem bala na agulha. Justamente no terreno onde ele julga se expressar melhor. Na inteligência com que move as peças e manipula o jogo para levar de vencida o contendor, com sua estratégia demolidora e fria de matar um inimigo por dia.
Enquanto as mulheres acabam ficando de lado, noutra parte, sem parte, sem apartes. Faltosas, insatisfeitas e sempre em busca de. Pelo fato de os homens preferirem se divertir entre eles até no lazer! Mesmo porque pode rolar uma aposta de com quem será que ela irá casar.
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