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A DESCRENÇA NA VIDA APÓS A MORTE

Temos uma tendência a ignorar, quando jovens, o dia em que não estaremos mais no Plano Carnal. Para que pensar nisso, se não vai morrer tão cedo? Para que criar uma alta ansiedade relacionada a um futuro tão incerto? A não ser que pesadelos sobrevenham e pesem em suas escolhas.
Desde cedo, relutamos em aceitar a idéia da morte, quando animais de estimação, insetos ou árvores morrem e nos pomos a questionar quanto ao desaparecimento. Os pais ficam confusos e titubeiam na explicação, quando não apelam para o sobrenatural ou magia pura: “Ele foi para o céu!”. O resultado é que a versão dos fatos pouco acrescenta e permanece oculta a mediação da vida até as crianças se tornarem adolescentes, submetendo-se a riscos para provarem que são valentes e não temem os desafios que lhe são impostos. Ingressados nos 30 ou 40 anos, não há tempo útil senão o dedicado à família e carreira. A crise de meia-idade o alcança se o amor destrói seus planos e os filhos seguem seu rumo; aí, pode ser o fim. De um ciclo de vida.
A crença no existe vida após a morte encontra campo para se manifestar. Pois a figura da Morte se apresenta como uma possibilidade real de se interpor entre você e o seu desejo em continuar e viver como bem lhe aprouver. Mas você não acredita que a vida continua depois de virar cinzas. Num outro plano. No Plano em que a espiritualidade media não a morte, mas a vida em espírito dentro de outros padrões que não conseguimos simplesmente adotar aqui na Terra. Por não doarmos o que possuímos de melhor.
Você tem a petulância de afirmar que não existe evidência alguma, além da fé. Apesar dos sinais emitidos em sua direção e de guias enviados para lhe ensinar o caminho das pedras. Porém, não se sente à vontade em dispor da cegueira da fé diante da Morte. Só se criar uma fantasia para implorar pelo seu não desaparecimento, espírito esse que lhe custou deveras para desenvolver ao longo de sua existência.
A vontade de evitar a morte pulsa dentro de nós e a sobrevivência fala mais alto. Somente agora se apercebe de todo o seu potencial e se arrepende. Do que fez. Do que deixou de fazer. Afinal de contas, ainda há muito por fazer na vida.
Mas, se assim agir, é para amainar o suplício do medo da morte. E o medo da morte é o santo padroeiro de todas as religiões. É onde se acirra o confronto entre não crer no que não consegue ver e a possibilidade de vida após a morte.
Igualando-se aos suicidas, que também não têm uma visão clara do que a morte representa, inclusive porque irá lhes trazer alívio, face aos tormentos que os assaltam e para os quais não encontram solução. Ambos não levam em conta que, depois de morrer, não poderão voltar atrás; irreversível, o despedir. A vida não é uma mera passagem para ser mediada por um orgulho nutrido em convicções, que só remetem a buscar uma saída lógica e esbarrar sempre na descrença; que, ao final, se converterá numa bomba-relógio no seu colo, que irá explodir simplesmente porque não soube desarmá-la a tempo.

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Antonio Carlos Gaio
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