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A DITADURA DO IRÃ CONDENA CINEASTA A 20 ANOS DE CENSURA

O Irã é uma teocracia que finge ser democrata com os poderes constituídos funcionando, mas que não engana ninguém. É uma ditadura que chega a condenar o cineasta Jafar Panahi a 20 anos de censura. Proibido de dirigir filmes, escrever roteiros, viajar para o exterior ou mesmo dar entrevistas durante esse longo período. Pior do que os 6 anos de cadeia que lhe acresceram à pena. Só porque prefere narrativas satíricas, que irritam mais ainda os torturadores de plantão. Fazer gozação com os distúrbios que se seguiram à reeleição manipulada de Ahmadinejad em documentário é pedir para ser preso por atentar contra a segurança nacional – isso ofende as tradições persas. Fazer outro documentário intitulado “This is not a film” (“Isto não é um filme”), em que exibe um dia de sua vida à espera do veredicto, é brincar com a verdade e tripudiar sobre seus carrascos com esse título. Isto não é filme e sim um ato de agressão ao Poder Judiciário, que se vê no dever cívico de reagir e castigar. Jafar Panahi que se dê por agradecido por não lhe aplicarem chibatadas, especialmente reservadas às mulheres infiéis a Alá, personificado em seus maridos. Isso não é coisa que se faça, cinema é coisa séria, principalmente se for entretenimento saudável e inspirador dos bons costumes, no qual a ficção deve predominar sobre a verdade dos fatos.
Categories: Croniquetas
Antonio Carlos Gaio:
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