A Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro estuda critérios para escolher quais doentes terão direito a uma vaga em UTI em virtude de não haver respiradores suficientes para todos os pacientes em estado grave. Isso vai tirar o peso da “escolha de Sofia” que recai sobre as costas dos médicos. Serão avaliadas as condições dos doentes e atribuídas notas que lhes propiciarão maiores ou menores chances de conseguir um leito. O primeiro item analisado é o funcionamento de seis órgãos, como pulmões, rins e coração. O segundo, se luta contra doenças pré-existentes, e aí vai para o final da fila; porém, leva-se em conta aquelas (cormobidades) que permitam sobrevida acima de um ano. Os médicos que atuem no combate ao coronavírus terão prioridade. Prevê-se até critério de desempate, favorecendo o paciente que estiver em ventilação mecânica, já ligado a um respirador ou ficando para último os acima de 80 anos. Por fim, quem entrou primeiro com a solicitação de vaga na UTI. A consequência do protocolo é deixar muitos enfermos desassistidos. Com potencial de recuperação que não serão contemplados. Quando se houvesse mais leitos de UTI, não necessitaria de escolher quem tem chances de sobreviver ou não. A escolha de Sofia, em que a mãe teve de optar por qual filho mandar para os campos de concentração nazistas, e que marcará a vida de todos os médicos que estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus. Por isso, se chama de assassinos obscurantistas a classe política que descura, negligencia e destina uma pobreza de recursos à saúde e educação, desprezando a Ciência em geral, quando lhe impõe tetos ou cerceia sua linha de ação.