Hanami é o anúncio de uma primavera por vir e as cerejeiras em flor a inundarem a natureza, o céu e o chão, a nossa fantasia. Somem conforme vieram, a consagrar o efêmero na vida. Para captar que se não sairmos de dentro de nós, talvez não alcancemos a quem mais amamos e percamos a chance de interagir com um mundo que desconhecíamos por completo e que poderia mudar radicalmente nosso destino. É o cinema alemão de Doris Dörrie, do qual brota um filme japonês em que a vontade de os filhos despacharem os pais face à impossibilidade de ambos se comunicarem, a frieza congênere e o acúmulo de queixas esbarram na morte, que separa inapelavelmente. A não ser que viaje em busca do espírito que se foi, de um tempo perdido, munido de um parco legado ao caráter oriental e materialize o sonho do alemão, leigo em espiritismo, nas fraldas do monte Fuji.
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