O fato do presidente Lula não ter extraditado o italiano Cesare Batisti para a Itália, por volta de 2009, concedendo-lhe o status de refugiado político por não querer endossar o enquadramento em terrorista, como ele é considerado perante a Justiça italiana, pesou na extradição de Pizzolato. Pensava-se, erroneamente, se não era uma certeza que o governo italiano retaliaria o Brasil, não entregando Pizzolato à nossa Justiça, aplicando a pena de Talião – olho por olho, dente por dente. Mas a classe política italiana demonstrou toda sua perspicácia e malvadeza ao ter julgado que o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, condenado no julgamento do mensalão a 12 anos e sete meses de prisão e foragido na Itália, pertenceria ao staff de Lula, já que até seu braço direito, José Dirceu, também fora condenado e estivera preso. Portanto, a hipótese da retaliação ao reverso se confirma, reforçada pela alegação das autoridades italianas baseada no acordo bilateral de extradição com o Brasil, e de que não pesou a cidadania italiana de Pizzolato, pois ele não é um cidadão com residência fixa na Itália, ou seja, não tem vínculo com o país a não ser o sobrenome. Oi? Como é que é? Assim não agiram com Salvatore Cacciola, o banqueiro ladrão que se notabilizou no governo FHC, e que só foi preso por sentir saudades da jogatina (especulação financeira no Brasil) e tentou arriscar a sorte no cassino de Mônaco. Dois pesos, duas medidas, ponto para a Itália. Donde se deduz que os tucanos fizeram escola na política decadente da Itália, degenerada desde o assassinato do primeiro-ministro Aldo Moro, que encerrou um longo ciclo de luta armada no belo país em que Cesare Batisti estava inserido. Um troco que entrará para os anais da História italiana: nunca antes houvera um cidadão italiano extraditado pela Itália.
Deixe um comentário