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A INABALÁVEL FÉ NO COMUNISMO

Pouco antes de se ordenar seminarista, Josef Vissarionovitch Djugashvili foi expulso em 1899, por aderir às idéias de Karl Marx. Adotou o nome de Stalin (homem de aço) como editor do Pravda (A Verdade), jornal recém-fundado por Lenin, quando foi condenado ao seu mais longo exílio na Sibéria (1913-17). Planejou e participou ativamente da Revolução de Outubro, assumindo o cargo de Comissário do Povo para Assuntos das Nacionalidades. Chamara a atenção de Lenin por suas “expropriações de fundos”, melhor dizendo, confiscar dos bancos o que eles roubaram do povo.
Eleito secretário-geral do PC dois meses antes de Lenin sofrer seu primeiro derrame cerebral, ninguém apostava nele como um concorrente ao poder em 1922. Não levaram fé nas ambições de Stalin, o que vem de baixo não atinge. Passo a passo, quase sem ser percebido, foi conquistando espaço e construindo uma máquina política dentro do Estado soviético, ao ser incumbido pelo partido de preparar uma nova Constituição que definisse os vínculos e o grau de subordinação da Federação das Repúblicas Socialistas a Moscou.
Suprimiu a autonomia dos povos não-russos e cassou-lhes o direito à identidade própria. Enquanto se recuperava do segundo derrame, Lenin teve de ouvir as queixas do povo da Geórgia. Apreensivo, sugere em seu testamento político que os companheiros criem uma maneira de substituir Stalin por alguém mais tolerante, menos genioso e rude. Se esquecera de suas previsões sobre a NEP, “um passo atrás, para dar dois passos à frente”, o comunismo ainda não havia se consolidado diante do imenso analfabetismo do campesinato e da pouca qualificação do operariado. Acometido pelo terceiro derrame, avisa a Trotski para não deixá-lo assumir o poder, sua mente privilegiada estacionara nos sonhos. Os espiões de Stalin interceptaram a mensagem, os ideais se converteram em um ninho de cobras, a briga era de foice.
No desenlace do quarto derrame, Lenin morre em 1924, conseqüência da intoxicação do chumbo da bala que nunca pôde ser retirada. Ao tornarem-se partido único, o despotismo foi obra pois, de uma engenharia política que adquiriu autonomia própria, independentemente de quem iniciou com as peças brancas ou pretas no jogo de xadrez.
Na guerra da sucessão, Stalin se sobressai perante Kamenev e Zinoviev, o triunvirato que assumiu com plenos poderes sobre o Estado. Responsável pela organização partidária e pela admissão ou exclusão de correligionários, acabou por ser o veículo da nova situação em que os administradores foram ocupando o lugar dos teóricos agitadores e arquivando o ímpeto revolucionário da época heróica. Isolando Trotski, incansável em apontar defeitos na burocracia do partido que cerceava a liberdade de seus membros e reprimia a crítica legítima.
Stalin foi um dos poucos líderes da Revolução de 1917 que não veio da intelectualidade, burguesia ou da baixa aristocracia rural, como Lenin, Zinoviev e Kamenev, nem possuía o dom da oratória de Trotski ou Bukharin. Particularidades que inevitavelmente suscitam um certo complexo de inferioridade em uma personalidade de pai alcoólatra, que freqüentava saunas, desacompanhado, por vergonha de exibir o físico. Compensado pela aptidão em compreender por simples indícios, pelo faro em descobrir segredos e pela habilidade em despistar, que o tornaram célebre na estratégia política.
Graças a seus parcos recursos teóricos, não tinha maiores compromissos com a fidelidade ideológica, ao contrário, se servia dela para se lançar numa das mais formidáveis e traumatizantes aventuras dos tempos contemporâneos, acuado pela necessidade de fazer frente ao cerco econômico capitalista: a transição vertiginosa de um país agrário num país industrializado num ritmo sem precedentes. Havia que dar curso, portanto, ao seu inexorável destino de, aos poucos, se tornar senhor absoluto do poder na União Soviética, afastando as figuras de proa que lhe faziam sombra.
A exemplo de Lev Davidovitch Bronstein, Leon Trotski, ucraniano filho de fazendeiro judeu, de formação cosmopolita e internacionalista, considerado o intelectual mais brilhante da Revolução Russa, que participou ativamente da germinação do comunismo no Soviete dos Trabalhadores de São Petersburgo, como líder de uma ala esquerdista dos menchevistas. Desterrado para a Sibéria várias vezes, fugia para Londres, Viena, França, Espanha e Estados Unidos, até que ingressou no Partido Bolchevique. Eleito presidente do Soviete de Petrogrado, desempenhou papel essencial nas lutas pela tomada do poder. Dirigiu as negociações de paz com a Alemanha que resultaram no Tratado de Brest-Litovsk e tornou-se Comissário de Guerra, à frente da política econômica do comunismo de guerra, considerado como o autêntico sucessor de Lenin.
Estabelece-se entre os comunistas uma disputa sobre os rumos que a Revolução Socialista iria tomar, enquanto fenômeno internacional. Trotski defendia, como Lenin, a doutrina da “revolução permanente”, o comunismo só triunfaria na União Soviética com a exportação da Revolução Comunista, isolada que estava do resto do mundo através da Política do Cordão Sanitário. Stalin sustentava a tese do “socialismo num só país”, o comunismo deveria vencer primeiro na Rússia, se tentassem exportar, dariam o troco e a URSS desapareceria. Em 1927, o embate acabou, na disputa da tese, Trotski perdeu o Comissariado e a guerra, sendo expulso do Partido Comunista e deportado para a Turquia em 1929.
Surgia o stalinista típico, duro, eficiente e frio no cumprimento da missão, afeito à centralização do poder. Emergem de uma geração descendente de servos e camponeses, a classe operária dominando o jargão convencional do marxismo. De formação cultural distinta da velha guarda partidária, uma elite intelectual, forjada na alta especulação teórica, com andanças pelo exterior.
O isolamento em que o país se encontrava aprofundou-se mais ainda, a União Soviética teria que se lançar na construção do socialismo enfrentando os incontáveis fatores adversos com seus próprios recursos, embora fronteiras sejam incompatíveis para o socialismo, devido ao seu caráter internacionalista que preconiza a aliança internacional do proletariado.
Para começar a História, Stalin rompeu relações com a Inglaterra. Sem fazer maiores considerações, ele se propôs a fazer da União Soviética uma potência mundial, sabia haver uma fortuna prodigiosa em minério enterrada no solo. Medida pelos padrões de hoje, carvão suficiente para consumo de 7 mil anos, petróleo para enriquecer toda a população muçulmana, gás natural e florestas para esbanjar calor no frio, turfa em pântanos para gerar um festival de energia. Campeão mundial de minérios, ferro, manganês e outros necessários à tecnologia moderna (cromo, titânio, cobre, chumbo, mercúrio, platina, prata). Ouro, atrás apenas da África do Sul, diamantes, tanto quanto Zaire e Botsuana.
Explorar a Sibéria de olho na força de trabalho resultante de expurgos que serão realizados e nos imensos rebanhos de renas, que dão carne, leite e couro. A Sibéria do lago Baikal, com seus 640 km de comprimento e 80 de largura, em forma de cimitarra, a mais extensa bacia de água doce do mundo é a mais profunda com 1500 metros. Paredes espessas e janelas de 3 vidraças isolam a temperatura de menos 50ºC, a água potável é fornecida em blocos sólidos, serrados no rio, o leite na forma de tijolo com alças de madeira encaixadas para facilitar o transporte, alimentos pendurados no varal, pronto para servi-los na banha. Às margens, Irkutsk, fundada em 1652 por cossacos que queriam se livrar da autoridade do czar, se tornando os primeiros exploradores das riquezas da Sibéria, submetendo ao seu controle os caçadores da região que a transformaram na capital da pele no mundo inteiro. Peles de raposa branca e prateada, esquilo, arminho, mink, marta, urso-polar, gato-selvagem, lontra e rato-almiscarado, agora coletivizados. Hoje, objetos de viveiro.
O primeiro Plano Qüinqüenal lançado por Stalin, em 1928, determinava a coletivização total da agricultura e da pecuária. O Estado assumia a propriedade e o funcionamento de todas as fazendas, passando por cima da resistência violenta de 100 milhões de camponeses em 25 milhões de minifúndios, especialmente os mais prósperos com a NEP. Ao exterminarem metade do rebanho bovino, fora galinhas, porcos e patos, Stalin foi implacável. Milhões de kulaks foram mortos ou mandados para a Sibéria, o que causou uma crise no abastecimento, enquanto não se mecanizava a agricultura e a organizava em fazendas coletivas – kolkhozes, as cooperativas – e fazendas do Estado – sovkhozes, trabalho assalariado no campo.
Desenvolveu uma rápida industrialização, concentrando na indústria pesada, como siderurgia, mineração e infra-estrutura de maquinarias e equipamentos, uma imensa força de trabalho e os fartos recursos naturais do país para transformar uma economia baseada na agricultura num moderno estado industrial. Resultou na edificação de uma sociedade socialista independente e próspera que elevou a qualidade de vida do povo soviético num nível notável de igualdade econômica, erradicado o analfabetismo e expandido o ensino técnico. Numa economia altamente centralizada em que se carimbava cada rublo disponibilizado, se estabeleceram metas de produção restringindo os bens de consumo, fixaram-se preços e alocaram-se matéria-prima e mão-de-obra para todas as empresas estatais, quantas toneladas de aço uma siderúrgica irá produzir, quantas refeições o restaurante porá na mesa.
Na arquitetura do paraíso comunista não cabiam a dívida externa, impagável posto que contraída pelos czares na exploração do homem pelo homem. Os juros, execrada a figura do banqueiro. O lucro, com a ganância a pautar o ato de tirar partido. Os dividendos, a remuneração da ação que não privilegia o trabalho. Royalties, direitos sobre propriedade, onde se encaixa o ser humano nessa parafernália de artefatos capitalistas? Se a manutenção do mesmo ritmo intenso de produção como nos tempos de guerra ocasionou uma prosperidade ilusória e a conseqüente quebra da Bolsa de Valores de Nova York provocou a falência de 4 mil bancos, a redução de 50% na renda nacional e 40 milhões de desempregados nas nações capitalistas que exportavam e importavam dos Estados Unidos, o novo centro da economia mundial. Esse estado de incertezas abalou os alicerces do capitalismo em 1929, uma boa justificativa para questionar as liberdades de ir-e-vir, de expressão e de organizar-se em partidos, tidas como mentoras da desordem e do caos.
Com o objetivo de distribuir melhor a população por entre as repúblicas que integravam a União Soviética, de modo a impulsionar o país a intensificar a exploração econômica de seus recursos, o Politburo resolve promover a transferência compulsória de grandes contingentes populacionais e impor o alfabeto cirílico aos não-russos. Que se calem todas as manifestações de patriotismo local, no que dependesse de Stalin, fanaticamente pró-Rússia. Ao tempo que patrocinava grandes reuniões da Internacional Comunista (Komitern), lançando diretrizes que deveriam ser seguidas por todos os filiados em seus países, de forma a interferir no progressivo processo comunizante do mundo.
Stalin sempre detestou São Petersburgo, mesmo depois de rebatizada Leningrado, por parecer mais européia do que russa. Nunca confiou nos leningradenses, cuja cidade serviu de janela da Rússia para o Ocidente e berço de figuras intelectuais e culturais mais proeminentes à época do czarismo. Em 1926, já expulsara Zinoviev da presidência do Soviete de Leningrado, por haver se aliado a Kamenev em oposição à sua liderança, e investira no seu lugar Serguei Kirov, com a incumbência de efetuar uma operação limpeza nos quadros partidários.
Stalin tornou-se mestre em fomentar acusações sobre complôs de rivais na escalada hierárquica comunista para quebrar a oposição, centrada nos excessos de sua campanha para forçar os camponeses a aderir às fazendas coletivas. Cria a NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos), transmutação da Cheka a serviço da repressão e da manutenção da ordem nos padrões comunistas, cujas garras se estenderam aos seus adversários políticos dentro do próprio Partido Comunista.
A eliminação seria a via de escape, se iniciam os grandes expurgos da década de 30. Stalin foi deliberado e meticuloso na seleção de seus inimigos em potencial, os antigos camaradas a caminho da prisão, julgamento, exílio e do cadafalso, não necessariamente nessa ordem. Vivalma permaneceu incólume, todos tiveram de passar pelo buraco da agulha. Era a hora e a vez do traidor do regime. O primeiro amigo de Lenin assassinado foi o Comissário da Defesa, Mikhail Frunze, na mesa de operação, por conta de uma úlcera curada.
Antevendo o espetáculo que estava por vir, Nadejda Allilueva, esposa de Stalin, resolve sair de cena e procurar refúgio no purgatório em 1932, desilusão devastadora e depressão insuportável apertaram o gatilho. Foi um golpe no prestígio de Stalin que se sentiu humilhado por testemunharem sua demonstração de fraqueza. Kirov se torna o seu companheiro inseparável, o camarada que mais privava de sua intimidade.
Seu assassinato, com um tiro na nuca, em 1º dezembro de 1934, nos corredores de um prédio cercado de segurança, vitimou o próprio povo identificado com sua infância de pobreza e privações que o transformaram num sobrevivente. Irrompeu uma cadeia de suspeição e paranóia que expôs às vísceras o sistema político stalinista, denúncias, ameaças e golpes pelas costas, a tônica. À procura de espiões e inimigos, de uma vasta conspiração por trás do crime.
Stalin transformou a morte de Kirov num fator altamente desestabilizador, inaugurando uma via expressa para a retaliação e o esmagamento de lideranças que deram consistência ao Partido Bolchevique. Uma oportunidade para testar a lealdade ao regime num processo aleatório e autofágico que sacrificou inimigos reais ou imaginários, obedecendo a um cronograma de vinganças cuidadosamente planejadas. Serviu como catalisador para deslanchar a fúria do Estado totalitário e policialesco em maciços e sangrentos expurgos que espantaram o país e o mundo, quando atingiu o seu auge em 1936-38.
Se ouviam boatos sobre o testamento de Lenin e sua recomendação para que Stalin fosse defenestrado, estaria por trás do crime. O perigo em protestar contra injustiças e proteger pessoas da sanha da NKVD aumentou. Havia que agir preventivamente antes que a oposição ganhasse vulto explorando insatisfações contra o regime, o que o obrigou a afastar-se do contato com o povo e fazer raras aparições em público.
Não foi difícil para Stalin iniciar uma guerra contra Leningrado. Deporta em massa antigos membros da nobreza, ex-funcionários e ex-policiais czaristas. Sob a desculpa de extirpar todos os remanescentes da oposição, executa trotskistas e zinovievistas.
Alquebrados pelos interrogatórios e insuportáveis condições de prisão, sob garantias de Stalin de que suas vidas seriam poupadas, Zinoviev e Kamenev concordam em ir a julgamento público de repercussão internacional e confessam com detalhes sinistros como haviam planejado o assassinato de Kirov e organizado o grupo terrorista para matar outros líderes bolcheviques.
A devassa alcança a NKVD que controlava a segurança de Kirov. Seu chefe, Iagoda, se via agora rebaixado do papel de carrasco sob a cobertura de Stalin para o de vítima de Stalin. Iagoda coopera e incrimina Bukharin, o principal teórico do partido, que não foi enfático na sua defesa para que a família não tivesse o mesmo destino.
Stalin se aproveitou da retórica de Bukharin de que as políticas econômicas de oposição ao que os bolcheviques tinham se esforçado tanto para conseguir, convergem para o desacordo permanente, gerando uma dissidência, uma facção, um segundo partido e, por fim, a contra-revolução, ameaçando a própria existência do partido. Justo em 1937, quando amainaram os efeitos da coletivização no campo e a industrialização prosseguia a todo pano, “o socialismo venceu no nosso país”, anunciava com ufanismo o Pravda.
Pesadas acusações humilhavam e degradavam bolchevistas de estirpe, que preferiram o silêncio a despir o rei e provocar rachas que colocariam em perigo o comunismo, se questionassem a versão oficial do que acontecera a Kirov, oferecendo-se em holocausto aos sagrados princípios da causa.
Todos eram inculpados e nunca se chegava ao conspirador-mor ao puxar o fio da meada. Nem o exército nem a polícia secreta ficaram imunes, inimigos declarados, potenciais ou meros suspeitos, numa demonstração de debilidade da intelligentsia que criou um enorme vazio no arsenal de defesa, o que acabou beneficiando Hitler.
Com a execução dos últimos oponentes bolcheviques, faltava um que, no julgamento-espetáculo, foi sentenciado à morte, à revelia, por complô armado do exterior para derrubar Stalin e a seu autoritarismo. Em 21 de agosto de 1940, Trotski foi assassinado no México pelo agente stalinista Ramon Mercader, a golpes de martelo de alpinista na sua cabeça. O dicionário comunista incorpora a nova terminologia, cair em desgraça, seu antônimo, reabilitar, depois de reeducá-lo ideologicamente.
Ninguém poderia deter Stalin, que se calem as críticas e a conspiração, à expulsão do partido, privação do cargo, cárcere ou exílio, o pelotão de fuzilamento teve maior poder de fogo intimidador e coroou a farsa judicial que pôs a nu a capacidade de manipular. Todos imergiram numa postura de aceitação passiva e incondicional do terror, o suicídio era a única forma de protesto que restava.
A caça às bruxas, no afã de eliminar contra-revolucionários, golpeou indiscriminada e arbitrariamente todos os componentes da sociedade soviética, na razão direta de defender conquistas retumbantes sobre símbolos capitalistas como a agiotagem, a especulação e a acumulação em tão poucas mãos ser um convite à guerra em torno da fome. Afinal, não se trata de força de expressão, ganância, em espanhol, significa lucro.
A fé inabalável no comunismo em proletarizar a sociedade e erradicar o ranço elitista fomentador da divisão em classes sociais, e a conseqüente disputa em que cada um explora o que o outro tem de melhor, gerou uma espiral de extermínio ao cerrar posição sobre direitos, ganhos e tarefas do ser humano, preservar a equalização. Fugiram como o diabo da cruz da miséria que estupra consciências e provoca violência espontaneamente, mas o instinto de sobrevivência dos ideais da Revolução Russa falou mais alto, o confronto ganhou corpos e marcha fúnebre, ofuscando a razão e ferindo a alma russa.
FONTES CONSULTADAS
KNIGHT, Amy. Quem Matou Kirov?. Rio de Janeiro: Record, 2001.
LESCOT, Patrick. O Império Vermelho. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.
CHANG, Jung. Cisnes Selvagens. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.

Antonio Carlos Gaio:
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