A Cidade Olímpica foi muito bem planejada em seu epicentro. Igualmente a expansão de sua linha de metrô, que avança para acessar a Barra da Tijuca em menos de 15 minutos de Ipanema, eficientemente suprida por linhas de ônibus em pistas exclusivas (BRT), que levam 20 minutos para alcançar a Vila Olímpica. Não é verdade que seja longe do terminal de ônibus às diversas portas de entrada, não mais que 15 minutos. Lá dentro, sim, é outro mundo, mas cuja finalidade básica atém-se a assistir as inúmeras competições esportivas em 11 arenas (ginásios).
As filas para revistar os aficionados, que causaram tanto incômodo devido ao pavor com o terrorismo, deixaram de ser problema, assim como na praça de alimentação, mesmo porque restringiram o cardápio a itens calóricos (massa, pizza, sanduíches e salgadinhos), já que não se vai lá para desfrutar da boa comida. E sim a uma competição de ginástica de alto nível como a que assisti, dentre os melhores no solo, no cavalo com alças, nas barras assimétricas e no salto.
O que igualmente surpreende é o Estádio Olímpico do Engenhão com acesso exclusivo por metrô e trem especial para os interessados no esporte mais nobre das Olimpíadas. A estação de trem de Engenho de Dentro desemboca no portal de entrada do estádio, cujas instalações configuram um templo à altura de Usain Bolt. Pena que não dê para acompanhar a contento todas as modalidades esportivas que se desenrolam quase que simultaneamente, além da visão do espectador não alcançar todos os recantos em que as provas são realizadas.
É sempre o velho discurso de baixa autoestima a preponderar na mentalidade do brasileiro, importado das classes dominantes, e assim veiculado pela mídia, mesmo quando a realidade de uma Copa do Mundo e das Olimpíadas o desmente, forçando-o agora a reconhecer e a constrangê-lo, restrito apenas a uma cor das águas da piscina do parque aquático que turvaram de azul cristalino para verde.
O passar do tom na crítica usualmente apequena o seu detentor por expor suas pretensas verdades ao ridículo.