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A INFRAESTRUTURA DAS OLIMPÍADAS RIO 2016

Muito se fala do que o Brasil não é capaz de fazer. O país estar em crise. De se depor um presidente por não dar conta de gerenciar um país. De coordenar suas partes diferentes entre si. De sediar uma Copa do Mundo e, em seguida, as Olimpíadas.

A Cidade Olímpica foi muito bem planejada em seu epicentro. Igualmente a expansão de sua linha de metrô, que avança para acessar a Barra da Tijuca em menos de 15 minutos de Ipanema, eficientemente suprida por linhas de ônibus em pistas exclusivas (BRT), que levam 20 minutos para alcançar a Vila Olímpica. Não é verdade que seja longe do terminal de ônibus às diversas portas de entrada, não mais que 15 minutos. Lá dentro, sim, é outro mundo, mas cuja finalidade básica atém-se a assistir as inúmeras competições esportivas em 11 arenas (ginásios).

As filas para revistar os aficionados, que causaram tanto incômodo devido ao pavor com o terrorismo, deixaram de ser problema, assim como na praça de alimentação, mesmo porque restringiram o cardápio a itens calóricos (massa, pizza, sanduíches e salgadinhos), já que não se vai lá para desfrutar da boa comida. E sim a uma competição de ginástica de alto nível como a que assisti, dentre os melhores no solo, no cavalo com alças, nas barras assimétricas e no salto.

O que igualmente surpreende é o Estádio Olímpico do Engenhão com acesso exclusivo por metrô e trem especial para os interessados no esporte mais nobre das Olimpíadas. A estação de trem de Engenho de Dentro desemboca no portal de entrada do estádio, cujas instalações configuram um templo à altura de Usain Bolt. Pena que não dê para acompanhar a contento todas as modalidades esportivas que se desenrolam quase que simultaneamente, além da visão do espectador não alcançar todos os recantos em que as provas são realizadas.

É sempre o velho discurso de baixa autoestima a preponderar na mentalidade do brasileiro, importado das classes dominantes, e assim veiculado pela mídia, mesmo quando a realidade de uma Copa do Mundo e das Olimpíadas o desmente, forçando-o agora a reconhecer e a constrangê-lo, restrito apenas a uma cor das águas da piscina do parque aquático que turvaram de azul cristalino para verde.

O passar do tom na crítica usualmente apequena o seu detentor por expor suas pretensas verdades ao ridículo.

Categories: Crônicas Esporte
Antonio Carlos Gaio:
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