É notória a valorização exagerada que se credita ao saber que denuncia altas culturas e erudição, em detrimento de outras formas, tais como o saber popular ou o autodidatismo. Pelo claro receio de estimular os jovens a não se dedicarem aos estudos. Em última instância, à propagação da burrice generalizada. Não se aceita a possibilidade de as pessoas transitarem por outras formas de saber. Por puro preconceito. Se o queixoso precisou queimar as pestanas e levar anos para adquirir um verniz, por que viria um qualquer e roubar a sua cota na sociedade? Com pouca educação formal e chegar aonde chegou? Só porque capta rapidamente novos conhecimentos? E regurgita tudo em belo discurso de improviso? Além de possuir uma memória de elefante e uma intuição dos diabos? Faz-se juízo de valor a partir de um senso comum nivelado por baixo, pensando que é por cima. Por pura ignorância do analfabeto que julga ou má-fé deliberada de quem se acha mais malandro e inteligente do que o pouco instruído ou culto em questão, embora sabendo que ele não é nem um pouco ignorante, muito menos uma anta. Assim age apenas para espezinhar e diminuí-lo, irritado com tão pouco cabedal atingir um patamar que deixará o seu altivo nariz ao nível do chulé do invejado iletrado e apedeuta.
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