A caridade concentrada no dia de Natal – quando se tem o ano inteiro para redistribuir a renda.
A distribuir presentes, a investigar o que a gente ao seu redor precisa. O amigo oculto no trabalho. O Natal dos porteiros, das faxineiras, das secretárias domésticas, dos carteiros e dos que entregam jornais e revistas em suas residências, dos que dão duro e proporcionam comodidade e conforto aos que puxam pela cabeça para ver se põem um pouco de racionalidade nessa sociedade injusta. Afinal, a caixinha universalizou-se e a bandeira 2 do táxi firmou-se.
O Natal – a explicar para as crianças por que não pode comprar o presente, se o pedido foi além da conta. Sem cair em contradição e acabar revelando que Papai Noel não existe. Se tudo sai do seu bolso.
Os que defendem o retorno às velhas tradições no Natal resignam-se com saúde, carinho, amor, união de todos e paz – será pedir muito?
Os esfaimados tomam um belo banho e passam ao largo dessas discussões insossas, mergulhando no melhor prato de comida do ano, com a graça de Deus. Pobres e ricos. Em busca da fartura. A exigência na comemoração do Natal. O dilema: de onde tirar?
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