Só porque você se dá o direito de fazer tudo sem pensar e se refugiar na doce irresponsabilidade? De entregar-se à alienação sem que seja apenado por tamanha afronta à inteligência e ainda ser enaltecido como um lindo sonhador? Por cair no conto do vigário da vitalidade do sexo sem fim e não entrar em contato com o verdadeiro amor? Pelo fato das fantasias brilharem tanto a ponto de guiá-lo cegamente e acreditar que o ponto final é no Shangri-la? Não, os melhores anos de nossa vida seriam entre os 30 e 40 anos. Por isso, muitos enfartam no intervalo por darem conta de que não conseguirão se revelar e, portanto, se realizar. A cabeça começa a ficar mais centrada e o amor já não destila tanta insegurança. Antes não, você é muito sem noção, embora se divirta com qualquer bobagem. Por outro lado, a velhice também não é o fim do mundo, porque você adquire uma consciência sem paralelo com outra época. Além de possuir a faculdade de nos fazer esquecer os piores momentos, tamanha a loucura do ritmo que imprimimos a um ser adulto que não mais repetiremos. Efetivamente, o período mais belo de nossas vidas foi um rio que passou na nossa vida.