O ministro Fachin, como relator da Lava-Jato na Corte, anulou sentenças condenatórias do então juiz Moro e demais acusações que pesavam sobre Lula e, a título de compensação, engavetou a arguição de suspeição de Moro, se expondo à suspeita de sustentar a credibilidade do ex-juiz e de sua operação a todo custo. Quando, só depois que Lula ficou preso 580 dias em Curitiba e impedido de disputar as eleições presidenciais em 2018, descobriu que o foro para julgar Lula não seria Curitiba, e sim em Brasília. Ao sabor não do sagrado Direito, mas sim do partidarismo que implicou na perseguição política de Lula, propiciando a Moro ser ungido como ministro da Justiça de Bolsonaro. Que país é este? Uma república de bananas? De um povo cujo caráter se deixa levar ao sabor de golpes? O que indignou o ministro Gilmar Mendes que, no dia seguinte, reabriu a arguição em votação na Segunda Turma do STF que humilhou Fachin. Pois vieram à tona as relações espúrias entre Moro e Dallagnol para deslegitimar o PT e condenar Lula, afastando-o do jogo eleitoral, no qual o papel de juiz se confundiu entre acusar e julgar, assistido pelos procuradores, formado um quadrilhão que configurava mais um projeto de poder do que apenas abusos, como a interceptação telefônica de escritório de advocacia. Relações essas atestadas por diálogos gravados, que Moro não confirma a autenticidade, mas também não nega. A voz do marreco Moro é inconfundível, como invalidá-la? O que fez Lula aparecer, um dia após o outro, como “vítima da maior mentira jurídica em 500 anos de Brasil”, consagrando o Lula Livre.