Não é nenhum absurdo afirmar que foi acrescentado à nossa existência um quarto a mais de anos, se comparada com a de nossas bisavós. As três últimas décadas de vida, a partir dos cinquenta e cinco aos sessenta anos, em consonância com a expectativa de vida que subiu no telhado, podem, perfeitamente, aumentar as possibilidades de ingressar na Idade Madura.
A despeito de ainda vivermos sob o paradigma ultrapassado de você crescer e se desenvolver para um dia atingir o auge e inevitavelmente iniciar a cair para abraçar o futuro estado de decrépito. Quando o envelhecimento deveria ser o que nos embalaria para nos baldear em direção à espiritualidade ao bem dispor de nossa sabedoria, da nossa integridade moral e de ser verdadeiro. Durante o curso da ascensão espiritual, você sentir-se-á menos ansioso, impaciente, estressado e hostil.
Muito embora todos comentem em uníssono que o lugar comum da velhice é a depressão. Um asilo de velhotes mal-humorados ou ranzinzas regidos pelo declínio e decadência. Equivalendo ao fracasso da raça humana. Quando se leva um longo tempo para se tornar jovem, segundo Picasso. O que significa dizer, em outras palavras, que o momento mais sagrado do espírito humano é a maturidade.
O caminho natural em direção à espiritualidade, que traz no seu bojo o conhecimento com consciência, a demonstrar que não sofreu abalos no caráter e goza de sua plenitude e legitimidade com que se construiu. Mesmo se defrontando com desafios físicos extremos a que estamos sujeitos mais cedo ou mais tarde. Até devastando o corpo, apesar de em boa parte da humanidade a mente permanecer intacta. Já que, à medida que você está se deteriorando, perdendo força nos músculos, faltando fôlego, cansando-se com facilidade, doendo aqui e ali, finalmente, você pode encontrar a si memo.
Todos nascemos em espírito e carne que, por vezes, se apequenam diante de desafios que assomam à nossa frente. Com a sensação de que muitos de nossos relacionamentos não tiveram um fechamento adequado. Uma conclusão digna. Assim sendo, sentimo-nos como uma obra não terminada, quiçá mal-acabada. Quando cabe a nós a tarefa de procurar encerrar nossa trajetória de forma condigna, descobrindo que, no tanto com que você se recriminava e costumava pensar que eram falhas de caráter ou simplesmente erros seus, na verdade, não tinham nada a ver consigo.
Você é considerado livre quando se liberta do passado ao por lá incursionar e perdoar a si mesmo e a todos de quem guardava mágoa. Pois tudo que existe na vida pode ser tirado, até mesmo arrancado de ti, exceto uma coisa: a liberdade de escolha com a qual responderá ao estímulo que determinadas situações crônicas provocam.
Sua qualidade de vida depende dessa liberdade de escolha para se tornar maduro. E não de ser rico ou pobre, gozando de boa saúde ou padecendo de dores físicas ou morais, de pertencer ao grupo de gente famosa ou de ser um mero anônimo. Isso não é envelhecer e sim almejar atingir a maturidade espiritual.