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A MENTIRA TER PERNA CURTA REVELA DO QUE É CAPAZ O FALSO MORALISMO

A mentira tem perna curta. O pior da pessoa é afirmar com orgulho que não mente. Envaidecendo-se ao educar seus filhos dentro desse padrão e garantir que a família não falseia. Tamanho quilate de verdade a autoriza a oferecer lições de comportamento, ditar regras e a se impor montada no discurso com ares de superioridade, sem absolutamente levar em conta a reação de quem levou o carão. O que tanto teme, por não medir as consequências da humilhação infligida, apavorando-se com o que aí vem. Criando versões para justificar a atitude até convencer quem não gostou de infantilidades do gênero. Versão 1, versão 2, versão 3, até a mentira ficar sem pé nem cabeça. Sem contar o grau de maldade que fundamenta as versões, com o intuito de desconstruir o agora adversário, de forma a miná-lo em seu próprio campo. Procurando desacreditá-lo com coisas que teria dito e não mais se recorda, não havendo como rebater. O que alardeia que não mente tem sempre na algibeira revelações prêt-à-porter, que colhe de incautos e guarda na memória sem que as vítimas se deem conta, mesmo porque a serpente passa uma imagem de pessoa acima de qualquer suspeita – fama que alimenta. O pior é que assim agem por pura defesa, de tão frágeis e indefesas em sua constituição, não ganhando nada com isso. Apenas não se sentindo tão desvalorizadas e solitárias.
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Antonio Carlos Gaio:
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