A Igreja rejeita o casamento gay porque, no entender do então cardeal Bergoglio, coloca em jogo a identidade e a sobrevivência da família: pai, mãe e filhos, bem como a vida de tantas crianças que serão discriminadas de antemão, além do pai de mentira que pretende confundir e enganar os filhos de Deus. Um dogma para não ser cumprido pois a Igreja não pode impedir o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, nem deles adotarem filhos abandonados por heterossexuais, quando não é muito cristão não reconhecê-los como cordeiros de Deus e fechar as portas da Igreja para os sagrados sacramentos. Como invocar o natural homem e mulher, transcorridos quase mil anos de imposição ao celibato para se converter em sacerdote de Deus, quando aflora de dentro das próprias entranhas do corpo eclesiástico uma carência incontida de amor físico que não distingue a diferença entre sexos? Se, voltada para dentro da instituição, degenerou em pedofilia, alastrando-se como uma epidemia para a qual não existe vacina, como contraditoriamente está se descobrindo contra a Aids. Qual é a moral em jogo? O que corriqueiramente se faz dentro de sua própria casa é aquilo que mais condenam em discurso.