A era FHC foi marcada pelo Pensamento Único, conforme Verissimo se referia à grande e antiga mídia, que fechava em gênero, número e grau com sua gestão, enaltecida sobretudo pela modernização e simpática a qualquer medida que ele punha em prática, mormente privatizações e tudo relacionado a diminuir o grau de estatização. Virada a página da História, a mídia reclama do governo Lula em se arvorar como real representante do povo, cuja marca é o ódio à divergência, por ver nos contrários a expressão do conservadorismo que se incrustou em setores da sociedade e nos meios de comunicação, em resposta à política pública de caridade no lugar de aumentar a produtividade. No entender deles, a era Lula sinaliza hostilidade à crítica, que virou armação para derrubar o operário presidente ou torcer por dias piores para Dilma, fruto do isolamento ressentido de quem não pertence ao grupo dos vitoriosos. A pretexto de defender a liberdade de imprensa, a mídia brasileira não aceita ser objeto de críticas a respeito de seu alinhamento ou partidarização, inferindo daí uma tentativa em censurá-la. Em suma, a imprensa é livre e noticia o que quiser, seja verdade ou mentira; no entanto, se encostada na parede para exame e revista de suas reais intenções pela contracultura de uma crítica não tradicionalmente estabelecida, ela esperneia por cercearem sua liberdade de expressão.
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