Tudo antes era melhor do que hoje. Por você ter estado mais integrado ao mundo do qual fazia parte. Por precisar se realizar dentro das condições em que você veio a encarnar. Aprendendo a conviver com quem não lhe era simpático. Inseguro por não saber se iria ser aceito conforme sua personalidade ditava seus passos. Mas eis que você deixou de se ligar ao que hoje está em voga. Por se considerar apartado de valores que não mais cultiva. Sem medo de ser considerado ultrapassado. Pois ganhou substância, encorpou e tem do que se valer para enfrentar quem torce o nariz para o que diz e o que é. Bem como suportar duros ataques às suas escolhas que nem sempre fazem sentido aos que não optaram quando tiveram oportunidade ou se insatisfizeram com o amor como um todo. Aí desponta a imaginação como o melhor refúgio dos mortais e dá guarida à nostalgia redutora do presente, levantando as paredes do asilo que culminará por encerrá-lo. Muito embora a nostalgia seja também a rememória de tudo aquilo que não pôde ou não quis ouvir à época e que reaparece na plenitude do amadurecimento, agora que você está mais aberto e menos resistente para usufruir do seu significado. Nada do que o presente possa lhe oferecer em lugar da nostalgia.