Lula atraiu o adversário para implodir Dilma quando antecipou a disputa e centrou sua sucessão num veredicto plebiscitário, em que o povo confrontaria seus 8 anos de mandato com o de FHC. A oposição se concentra na tese de que basta provar que ela mente. Serve secretária, motorista, fita gravada ou agenda como prova. Como Dilma não é conhecida, fácil desmoralizá-la. O PT não tem um clone de Lula para competir com Serra ou Aécio, caso Dilma não esteja com a saúde em dia para enfrentar a bancada do desmatamento. A primeira vitória da oposição seria o PT ficar sem candidato que fosse a cara do Bolsa Família. Com a sua aprovação batendo no teto, a vaidade de Lula subavaliou não existir espaço para a terceira via. Quando a melhor alternativa seria não jogar todas as fichas numa cria sua e deixar o PT indicar seu candidato, democraticamente, sem Lula querer confrontar seus desafetos em 2010. Sem expor tanto o seu couro para o inimigo bater sem dó nem piedade. Furtar-se ao embate como Aécio e Serra bem o fazem, entre si. Ser mais hipócrita como convém ao jogo político. Mas a despedida do Palácio do Planalto, sob aclamação ou vaias, transforma a transição presidencial em sucessão monárquica. A reeleição agravou o ranço.
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