Era o código de Kadafi. Receber flores em sua homenagem num povoado qualquer da Líbia das mãos de uma menina de 15 ou 9 anos de idade e passar a mão em sua cabeça. Acabara de se tornar uma das escravas sexuais e prisioneira na sede do governo e harém. Estuprada, desvirginada, golpeada para fumar haxixe ou cheirar cocaína antes de se submeter às sevícias do monstro. Por uma hora, noite, semana ou anos a fio se sujeitando às fantasias e violências sexuais de um ser primitivo obcecado em diminuir e humilhar o seu próximo na contraprestação de crescer seu pobre espírito ao se valorizar na condição de soberano deus. Quando não se empenhava em possuir mulheres e filhas de ricos e poderosos, de seus ministros e generais, e mesmo de chefes de Estado africanos. Imagine disseminar o sexo como arma de guerra e tirania através de seus filhos, parentes, súditos fiéis, comparsas e soldados kadafistas movidos a Viagra no propósito de violar, espancar e filmar tudo de modo a servir de exemplo a quem ousar resistir e enfrentá-los. A opressão sexual é tão antiga quanto o ofício de prostituta. Pertencem à mesma gênese da sujeição. Lama da qual não conseguimos tirar os pés.