A oposição repele a afirmação da presidente Dilma de, pela primeira vez na História do Brasil, um governo investigar corrupção em suas próprias entranhas que geram riquezas para o país (Petrobras… e a fila anda). Baseado no fato de que Polícia Federal e Ministério Público são órgãos do Estado e não do governo. Seriam autônomos e não devem satisfação ao presidente. Memória curta – no governo FHC, o procurador-geral da República, Aristides Junqueira, tinha como função engavetar processos sobre corrupção, enquanto a Polícia Federal deu um flagra no caixa 2 da candidata Roseana Sarney, o que a prejudicou (posteriormente inocentada) e beneficiou a campanha de Serra para presidente, em 2002. Durante o governo Lula, essa autonomia efetivamente ocorreu culminando no julgamento do mensalão com José Dirceu preso. Não se constata uma iniciativa desse porte nos governos tucanos de São Paulo e Minas Gerais no século XXI, pelo menos, sem contar que Aécio conseguia controlar a imprensa de seu estado. Cabe lembrar que o presidente Itamar Franco começou a tomar a iniciativa de coibir a corrupção no corpo do seu governo, logo boicotada quando FHC o sucedeu. Retrocesso seria voltarmos ao que era antes ou o que continuou a ser nas províncias paulista e mineira. Hoje existe autonomia para operações do tipo Lava-Jato, que pode modificar a História de nossa República ao encarcerar os corruptores de empresas que cartelizavam as licitações de grandes obras, atingindo o grande mundo político. Faltou vontade política (Congresso) na CPI dos Empreiteiros para ir adiante, depois do impeachment de Collor. Paulo Francis morreu do coração na década de 90 quando denunciou corrupção na Petrobras durante o governo FHC. A empresa resolveu processá-lo por calúnia nos EUA (onde Francis residia), país de justiça rápida que prende quem acusa sem provas – FHC tentou abafar o escândalo. Moral da história: quem conseguirá melhor faturar a moral da História?