Steven Jobs foi um inventor, empresário e magnata americano no setor da informática, que se notabilizou quando desenvolveu e comercializou uma das primeiras linhas de computadores pessoais de sucesso ao perceber o potencial comercial da interface gráfica com o usuário guiada pelo mouse, o que o levou à criação do Macintosh e a revolucionar seis indústrias: computadores pessoais (Apple), filmes de animação, música, telefones, tablet e publicações digitais. Morreu muito cedo, aos 56 anos, devido a um câncer pancreático, embora com tempo necessário para se despedir de todos.
Suas últimas palavras denotam a falta de uma maior aproximação com Deus e com a espiritualidade:
“Eu alcancei o pináculo do sucesso no mundo dos negócios. Aos olhos dos outros, minha vida é a personificação do sucesso. Contudo, além do trabalho, tive poucas alegrias. Neste momento, deitado na cama, doente, e passando a limpo toda a minha vida, eu percebo que a riqueza foi apenas um fato da vida a que eu me acostumei e que todos os reconhecimentos acumulados ao longo de minha existência me deixaram muito orgulhoso, mas que agora empalidecem e tornam-se insignificantes diante da morte iminente. Na escuridão, eu me deparo com luzes verdes sinalizando que as máquinas ainda estão ligadas e ouço os sons de zumbidos mecânicos. Também posso sentir o sopro da morte com Deus se aproximando para me levar. Só agora me dou conta que, durante o processo de acumulação de riqueza, devemos buscar outras questões que não relacionadas com a riqueza.
Algo mais importante, algum relacionamento, talvez a arte, ou mesmo um sonho de juventude. Prosseguir sem parar em busca de riqueza apenas nos transformará num ser distorcido igual a mim. Deus nos deu os sentidos para sentirmos o amor nos corações de todos, não as ilusões provocadas pela riqueza. A riqueza que eu conquistei em minha vida não posso carregá-la comigo.
O que posso levar são só as recordações precipitadas pelo amor. Essas são as verdadeiras riquezas que irão acompanhá-lo, dando-lhe força e luz para continuar. O amor pode viajar distâncias infinitas. A vida não tem limites. Vai para onde você quiser ir. Chegar à altura que deseja alcançar. Tudo está contido no seu coração e depende de suas mãos.
Qual é a cama mais cara do mundo? A cama de um doente. Você pode empregar um motorista para dirigir o seu carro ou produzir para você desfrutar, mas não pode colocar alguém no seu lugar para suportar a doença. Coisas materiais perdidas podem ser encontradas, mas há uma fisicamente especial que nunca mais poderá ser recuperada quando é desperdiçada: a Vida. Uma pessoa na maca, sendo dirigida para a sala de cirurgia, se apercebe disso ao constatar que ainda não terminou de ler ‘O Livro da Vida Saudável’. Qualquer que seja o estágio da vida, estamos no agora. Com o tempo, vamos enfrentar o dia em que a cortina cai”.
Se tivesse maior esclarecimento e mais luz, apesar de sua extraordinária inteligência que inventou a tecnologia que revolucionou o mundo, Steve Jobs teria escolhido um outro caminho e aberto mão da fama? Para não se lamentar do que deixou de fazer, arrependido, desperdiçando uma excelente oportunidade de uma vida mais saudável e com mais amor no coração. Embora Steve tenha ido para onde quis ir e chegado à altura que desejou alcançar. Mas a riqueza acabou por não lhe cair bem.
Pena que esse discernimento e visão espiritual da vida só chegou para ele, e só chega para muitos, com a dor, a doença, e a proximidade da morte. Essa é uma lição a ser desenvolvida na chance de uma outra existência. O que explica a necessidade de várias encarnações para ampliar o alcance do espírito, mesmo tendo sido um homem brilhante como Steve Jobs. Sempre cultivamos inúmeras falhas a serem reparadas em outras vidas, dada a magnitude dos erros implicar na inevitabilidade da reconstrução do ser humano, a despeito do legado deixado, material ou não.