As diversas formas de solidão para cruzar o Ano Novo.
Você não ter ninguém para beijar na boca no espocar dos fogos de artifício. Pior é você se sentir na obrigação de beijar na boca quem não deseja ingressar no Ano Novo na situação que se repete há anos.
Você não ter ninguém ao seu lado para, ao menos, poder abraçar e ambos se congratularem sob os auspícios de que o ano começará melhor.
Você não ter mais ninguém para trocar cumprimentos.
Você foi abandonado e obrigado a recorrer a seus pais que, tristes com o seu destino, se põem a pensar onde foi que fracassaram.
Você decide dormir antes do ano expirar seu prazo de validade e toma um tranquilizante dos bons para não acordar mais.
Melhor cruzar o Ano Novo com dúvidas. Conhecer alguém na véspera do Ano Novo e não saber se é com esse que eu vou, para na contagem regressiva ceder ao beijo que ignora aonde ele irá levar. Pois dispensar namoro no alvorecer do ano é atrair o azar e os surtos alérgicos.
Preferível não inovar no Ano Novo e manter a esperança. Sujar o mar com flores e as areias com macumba, vestida de branco, evitando chorar pelo leite derramado no passado. Deixando-se afogar pelos beijos e abraços das crianças, que não podem perceber, através de sua alma, o que lhes aguarda no futuro.