Há quem diga que a verdadeira guerra neste planeta se dará entre sunitas e xiitas. Já que capitalistas versus comunistas não convencem mais ninguém. Não deram a menor importância para a invasão da Ucrânia (Crimeia) pelos russos. Depois que a China decidiu se dedicar a superar os EUA na corrida pela primazia do PIB, somente retardados brasileiros para se incomodar com as ditaduras comunistas de Cuba e Coreia do Norte. Quanto aos muçulmanos, se encontram presentes em todos os rincões do planeta. É uma disputa que vem desde o ano 632, iniciada com a morte de Maomé, entre os adeptos do sogro de Maomé (sunitas) e os que se alinharam com o primo e genro de Maomé (xiitas). Os sunitas se consideram o ramo ortodoxo do Islã e seguidores da tradição, embora, no fundamental, as crenças sejam as mesmas. Salvo para os xiitas, que veneram os imãs como santos, ou mesmo os aiatolás na hierarquia religiosa, direcionando o povo para um regime teocrático, a exemplo do Irã. Mas o desejo de consumo de ambos, ressuscitado pelo Estado Islâmico, é se tornar um califa, outrora famoso ao chefiar uma tribo ou um clã, programa esse que foi atualizado para se converter no chefe supremo dos muçulmanos de seu respectivo país. O que não mudou foi a execução sumária dos inimigos do regime. A decapitação revivida e realçada pelo Estado Islâmico, agora reproduzida pelo reinado da Arábia Saudita para sumir com xiitas do mapa, quando o enforcamento tinha ocupado esse lugar e humanizado a eliminação de traidores. A despeito de continuar as amputações, os decepamentos, as mutilações, a restringir as liberdades individuais quanto às suas escolhas. E ai de quem meter a colher nessa briga de Caim e Abel; os irmãos interrompem a contenda, se unem e se voltam contra os estados unidos horrorizados com a barbárie. Apesar de em eterno conflito entre seus iguais, pode-se dizer que o imperialismo islâmico avança inexoravelmente pelo planeta adentro graças a essa estratégia brilhante que prescinde de combinação. Só Israel se apercebe da maquinação por terem sido irmãos dos palestinos durante milhares de anos na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, ao conseguirem escapar do jugo egípcio.