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A VIDA É SEMPRE O RESULTADO DAS NOSSAS ESCOLHAS

Há quem prefira ficar agarrado a uma escolha, como se fora um recife, por medo de nadar até a praia defronte e morrer afogado no meio do caminho. Não é por não saber nadar. Vai que a correnteza o leva para outras plagas que desconhece e não domina. Vai que você escolhe um amor que fatalmente a deixará no breu da noite. É melhor optar pelo mais seguro, mas que não desperta maior atração. Ou manter a rejeição a uma distância prudente, restando apartada da dor e da desesperança que mais cedo ou mais tarde desaguarão sobre sua cabeça, afogando-a do mesmo jeito. Infeliz, frustrada, amarga, e enfeando ao não se importar mais com a aparência.
A vida é sempre o resultado de nossas escolhas. Somos produto do que escolhemos para nossas vidas.      
Reparem como pomos nossa imaginação para funcionar. Não paramos de pensar. Devaneamos quando devíamos nos concentrar. Perdemos o foco frequentemente. Por culpa da divagação. Iludimo-nos com uma facilidade de embasbacar um sensato coração. Portanto, gastamos boa parte da vida em sonhos. Quanto à morte, configura-se no despertar do espírito, onde não cabem ilusões, pois a consciência é que irá prevalecer.
Se agirmos pensando que a morte é o pior dos mundos e não compreendermos nossa finitude, acabaremos abraçados aos piores dias das nossas escolhas. Se acalentarmos o sonho da imortalidade, ao acaso de permanecer jovem, sempre jovem, não nos livraremos de incontinências emocionais que só retardam nosso passo. Porém, se nos tornamos plenamente conscientes de nossa transitoriedade na vida terrena e da irreversibilidade da morte, passamos a distinguir o essencial do acessório e nos dedicamos ao que de mais importante ficou faltando em nossas escolhas, corrigindo o rumo de nosso destino ainda a tempo. Parando de reclamar da falta de tempo ou que agora já não é mais tempo para mexer em nossas escolhas. De modo a ratificar que a vida é sempre o resultado de nossas escolhas, para sentir o peso do que foi essencial na guinada que o transformou num novo ser.

Antonio Carlos Gaio:
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