Os ateus se esforçam para se convencer de que Deus não existe e que a religiosidade não os consola nem alivia em nada as dores da angústia, em sendo a vida um sopro – mesmo podendo durar cem anos.
Olham para trás e fariam tudo diferente, se pudessem recuar no tempo. Pois a vida é difícil e nos leva a agir de forma diversa ao que a gente deseja. Não se pode fazer plano nenhum que o destino muda. Num raio de segundo, abre-se uma caixinha e aí vem uma surpresa e muda tudo, a demonstrar nossa posição precária no universo.
A vida é um sopro. A gente vem pra vida, conta uma história e todo mundo esquece depois, constatam os ateus sem muita alegria.
Se tão ingrata e injusta, de que adianta ser correto e trabalhar? Pensando assim, não dá nenhum prazer, inspira é pena. A menos que o sujeito se ache importante, se julgue fora desse mundo onde não há pão: todos gritam e ninguém tem razão.
Caso contrário, é melhor se informar sobre tudo, onde qualquer leitura faz-se necessária para aprender, não no sentido intelectual. A ser curioso, buscar a verdade, antes que a verdade o surpreenda, no dia em que o mundo será melhor quando o homem tiver prazer em ser generoso e ajudar o próximo a reerguer-se.
A perspectiva do ser, ainda que humano, insiste em mostrar-se acanhada e mesquinha, quando o pensamento não morre, por ser a linguagem universal e encarnar um espírito irradiante de forças que criam e transformam, capaz de vencer antagonismos cuja base mental se encontra à mercê de caprichos, irresoluções e medo, moléstias contagiosas que se propagam com facilidade.
Ao não acender sua própria luz antes de atravessar a grande sombra, você boicota sua trajetória, onde a criação mental é quase tudo na vida e o espírito sopra onde quiser, para acabar com a mania de sermos perseguidos pelo destino.