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“A VIDA INVISÍVEL”

Espetacular e inesquecível o filme de Karim Aïnouz, prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes 2019 – Un Certain Regard, e indicado para representar o Brasil na categoria melhor filme estrangeiro no Oscar 2020, superando surpreendentemente e de forma justa o favorito e badalado “Bacurau”, premiado pelo júri de Cannes 2019. Não se sabe o que é mais brilhante, se o excepcional livro de Martha Batalha ou a transposição para o cinema, muito mais poderosa por decidir a mensagem prevalente: o foco acentuado no universo feminino, no que as mulheres tiveram de ceder em detrimento de suas aspirações no Rio de Janeiro dos anos 1950. Duas irmãs vividas por Carol Duarte e Julia Stockler foram na juventude cruelmente separadas e obrigadas a lutar contra o modelo social que lhes era imposto, invisíveis em uma sociedade na qual a mulher tinha que girar em torno do marido e cuidar dos filhos, abstraindo-se de seus sonhos. Gregório Duvivier magnífico no papel de marido tradicional, imaginem! Forte e dramático, abala o público com a epopeia que as irmãs foram obrigadas a sofrer, com mais um desfecho espiritual, difícil do público se aperceber, quiçá o diretor e escritora. Por mais que as irmãs tenham sido duramente injustiçadas pelo destino, afinal veio a consolação para compensar a provação por que passaram, interagindo os Planos espiritual e material através das cartas, quando chegam às mãos de Fernanda Montenegro, o verdadeiro mito, no fim do filme. Nada aí revelado pois as cartas são belas peças de literatura que dissecam a história do início ao fim – o seu elo condutor.

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Antonio Carlos Gaio
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