Quem mora na periferia ou não tem condições para residir nos lugares considerados mais nobres, rotulados de suburbanos, vão descobrindo que, na medida em que melhoram de situação e abandonam suas origens, não deixam de ser tratados como menos ou ainda pobres, por serem considerados mal-educados, inadequados e incultos. O veredicto de quem se julga por cima é que só com muita educação para superar o fosso que separa os pobres dos chamados ricos. Os mais pessimistas preveem só na próxima geração e, mesmo assim, depende – se tiver sorte. Daí a expressão de raiva com que o sujeito se impregna para conquistar as olimpíadas da vida. A raiva é amarga, mas a vingança é doce. E o que mais se vê à nossa volta num mundo que prefere a guerra ao amor, o confronto ao entendimento, por estar habituado a se alimentar de vingança. Consagrado na sentença: Deus sabe o que faz. Quando quer dizer: Deus castiga.
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