Depois de apurados os votos nas eleições gerais, um espectro conservador assomou ameaçando enterrar as conquistas sociais dos últimos doze anos que Aécio procura minimizar. Com o apoio de pastores como Everaldo e Malafaia e de apologistas da tortura como Bolsonaro, um retrocesso se avizinha para punir os “menos informados”, eufemismo usado por FHC para chamar de ignorantes os nordestinos que votaram na Dilma. Se Aécio for eleito, um conservadorismo moral vai dar substância a uma política econômica repleta de choques de gestão, ajustes bruscos e arrocho salarial combinada com menos políticas sociais e de inclusão e mais criminalização dos movimentos sociais. A corrupção irá transitar de sérios desvios na gestão do PT para nunca desistir de vender o país pautado pela eficiência e por valores morais inerentes ao Primeiro Mundo, abandonando a política exterior que se alinhava com países muçulmanos e africanos, com a ideologia do Mercosul e integrante do afamado BRIC’s (China, Rússia, Índia e África do Sul), para priorizar as relações bilaterais com os EUA. Estarrecedora é a farsa que se desenha com Marina nunca sabendo para onde vai, e sendo atropelada pela força dos acontecimentos, a caminho de ser ridicularizada por aceitar a palavra de Aécio nesses acordos eleitorais realizados antes do perdedor ser enterrado, com o simpático e folgazão do Eduardo Jorge (PV) revelando-se um autêntico enganador e picareta ao apoiar o candidato playboy, com a Procuradoria Geral da República e Supremo Tribunal Federal já agindo em favor do Aécio, arquivando (aeroporto do Aécio) ou abafando processos contra o PSDB (mensalão tucano). O que permitiu ao Aécio, com o apoio do partido do finado Eduardo Campos (PSB), já se declarar o candidato das mudanças verdadeiras e assumir a responsabilidade de levar adiante o legado do neto de Arraes. O porta-bandeira das manifestações, posto antes ocupado por Marina. Um verdadeiro escárnio com os protestos de rua em junho de 2013 e com Arraes. Somado à continuidade no poder de Alckmin em São Paulo e de Sérgio Cabral Filho, travestido de Pezão, no Rio de Janeiro, os dois estados onde ocorreram as maiores batalhas por transformações no Brasil, manter o status quo deixa claro o caráter provocativo de desafiar o espírito que norteou as manifestações por mudanças substanciais de nossa realidade. É mesmo uma declaração de guerra. Um deboche às manifestações a ser encarado em 2015.
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