Primeira medalha de ouro do Brasil na modalidade de salto com vara em todos os tempos obtida por Thiago Braz da Silva. Seu maior concorrente, o francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico em Londres 2012 e detentor da melhor marca do mundo com 6,16m, só entrava na prova quando ela atingia seu nível. O pedantismo e autossuficiência foram arrasados pela brilhante estratégia do brasileiro que, só com os dois em disputa na marca de 5,98m e com a prata garantida, resolve elevar o salto para 6,03 m, superado logo na segunda tentativa, sob delírio da torcida. Era uma noite com chuvas fortes que se abatiam sobre o estádio Engenhão, atrasando a competição de modo a favorecer Thiago sob a influência do candomblé, segundo Lavillenie. Evidentemente que tal iniciativa abalou a autoconfiança do francês, dando margem a visíveis tique-tiques nervosos em sua fisionomia, vindo a fracassar nas três tentativas. O que atribuiu à torcida nativa, especializada em futebol, distante do espírito olímpico, cujas vaias o desestabilizaram e o levaram a chorar de raiva e despeito na premiação com medalhas. Mas quem sentiu de fato a bravura e o espírito indômito de Thiago foi sua colega de salto com vara, Fabiana Murer, que fracassou em três Olimpíadas: Pequim 2008, em que a organização perdeu as suas varas; Londres 2012, em que o vento não lhe permitiu alçar maiores voos e morreu na praia; Rio 2016, em que uma hérnia a eliminou logo na fase classificatória. Nervos em frangalhos que tornaram sua elogiada trajetória em marcada por desastres.
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