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ACABOU TENDO GOLPE NO SENADO

55 votos a 22 para afastar Dilma por 180 dias. Mais uma vez não se julgou o mérito. Os senadores preferiram votar como se estivessem num plebiscito para tirar Dilma do Palácio do Planalto, embora tivessem debatido as pedaladas muito mais que na Câmara de Deputados, que teve um rito com a cara de Eduardo Cunha: autoritário, manipulador e arranjado com a máfia que predomina no Parlamento. Portanto, o julgamento de ambas as Casas não se ateve ao ato e fato do crime de responsabilidade como o instituto do impeachment exige. Foi uma oportunidade de ouro que apareceu à frente dos parlamentares, proporcionada por um gângster como Eduardo Cunha, e que não podia ser desperdiçada, mesmo porque, através de eleições justas e livres, seu desejo nunca era convalidado. Nem as pedaladas serem uma prática contumaz dentre os governadores, inclusive na gestão do próprio Anastasia, amigo do Aécio e relator do impeachment no Senado, foram levadas em consideração, e sequer apreciadas as contas do governo Dilma em 2015, objeto da discussão. Repasse de verba com atraso complementada pelo Banco do Brasil e Caixa Econômica para não faltar Bolsa Família foi o carrasco de Dilma. Crime que não tem pena, apenas a destituição. Quando seus julgadores elencam crimes eleitorais, desvio de dinheiro público e propinas, para não falar de tráfico de drogas e acobertamento pela mídia venal. Perfeitamente apropriados ao golpe para tomar de assalto o Palácio do Planalto. Com o impeachment nos tornamos uma República das Bananas, o país que rasgou 54.501.118 de votos dados a Dilma. Só falta a Carmen Miranda entrar em cena e cantar “O que é que a baiana tem”.

Antonio Carlos Gaio:
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