O presidente Lula dá sinais de abandonar as metáforas futebolísticas em favor das cristãs. Sem dúvida, uma evolução para quem começou afirmando não poder falhar, pressionado pelas suas origens no operariado e no nordestino que migrou para São Paulo em busca de melhores condições de vida. Resultado: bateu no teto, ao confundir-se perigosamente com a figura do Messias, graças ao seu carisma inegável.
Caiu na realidade de não possuir poderes divinos para mudar o país. Tomou um porre de felicidade na euforia da vitória e caiu na armadilha de poder fazer tudo, em havendo disposição. Valeu-se da retórica do otimismo, no âmago da filosofia, presunçosa e irônica, para encobrir que não há dinheiro. Recursos suficientes para investimentos que possibilitam a retomada imediata do crescimento econômico e a geração de empregos. Promessa de campanha.
Mas como o presidente Lula confessa uma aversão à ciência da política e seus desvãos intelectuais – prefere a prática -, toda vez que ocupa o púlpito, procura explicar para si mesmo em que direção a economia está adernando: se para os lados ou para o fundo. Inconformado com a situação de presidente que se elege para ficar paralisado e empalado por uma dívida dolarizada que estupra o país quando bem entende. Equivalente ao cidadão sair de casa, procurar emprego e encontrar as portas fechadas.
E o presidente teima. Resiste ao não admitir que haja divergências internas, exploração de oportunistas que as inflam por conta de eleições que se aproximam. A essência da democracia, a arma do cidadão. Minimiza cobranças, justifica-se nos gargalos ambientais e maximiza esqueletos que tira do armário. Fecha o conjunto da obra ao negar que haja crise no governo.
Graças a Deus, somos um país católico. Pedro que o diga, negou a Cristo três vezes antes do galo cantar.
Melhor fingir-se de morto e imitar José Sarney, que faz parte da elite dirigente do país há mais de quatro décadas e hoje é o ponto de equilíbrio do governo Lula. Capaz de acelerar propostas progressistas, dependendo do hemisfério que se analise, como engavetar CPI’s. A caminho de criar uma república de zés. Para suceder ao atual governador do Maranhão, Zé Reinaldo, vem aí Zequinha Sarney, irmão de Roseana. O Zé Dirceu que se cuide, será inevitavelmente cooptado.
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