Marcos Palmeira, 57 anos, ator e ambientalista, disse que Bolsonaro e o vírus se assemelham: “O vírus é o expurgo de um planeta doente. E o Bolsonaro é o expurgo de um Brasil doente. Ele é o nosso vírus, a nos mostrar nossa pior face”. Cada vez mais os ambientalistas merecem o nosso respeito pelo afinco e pelo desembaraço e bravura com que se lançam em proteção à Natureza, formando uma vanguarda intelectual que melhor enxerga a saúde do planeta, traduzindo o vírus como sendo o objeto ou a via para expelir a excrescência resultado do consumismo que transformou o mundo que habitamos numa cloaca ou lixeira. Já Bolsonaro é o próprio retrato de um Brasil, mostrado na obra-prima do recém-falecido Nelson Sargento, “Agoniza mas não morre”, descrito como samba / negro / forte, duro, destemido / duramente perseguido / na esquina, no botequim, no terreiro / mudaram toda a sua estrutura / te impuseram outra cultura / e você não percebeu. O fascismo aliado ao militarismo, o reacionarismo e o golpe entrelaçados, a pior face de uma sociedade que despreza a educação, a cultura, a saúde, a ciência, e que se arrasta ao rés do chão como ofídios repugnantes.