Herman Melville, apesar de autor do clássico “Moby Dick”, surpreende com a temática de sua peça “Bartleby, o escriturário”, escrita em 1853: preferir não fazer o que é esperado, mesmo exigido pelos outros. No passado, escritores que renunciaram à literatura após o sucesso, como o poeta Rimbaud, o apanhador do campo de centeio, J. D. Salinger, e a lavoura arcaica e o copo de cólera do brasileiro Raduan Nassar. Hoje, quando os pais se frustram diante do filho não conseguir correspondê-los com um curso superior. Sempre existem pressões para se comportar de determinada maneira e não incomodar a sociedade, que ainda trata os diferentes de forma muito dura. Os contestadores do regime capitalista, num passado ideológico não muito distante, atualmente são os que progridem na contracorrente da eficiência e da poupança, por preferirem não permanecer como continuístas dos critérios das relações entre empregador e empregado, chefe e subordinado; não serem servidores e sim agentes desagregadores do solidamente estabelecido. Indo parar, antigamente, num hospício ou mesmo na prisão; no presente, aos cuidados de uma clínica de saúde mental especializada em transtornos bipolares. Pois não é possível negar tudo o que o sistema oferece e continuar dentro dele.
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