Com 5 meses, Bruninho veio ao mundo caindo de paraquedas num verdadeiro circo dos horrores, que nem a pior das tragédias gregas conseguiria reproduzir. Para no espírito sofrer ao se deparar com sua mãe assassinada de forma monstruosa pelo pai, que se recusa a assumir a paternidade, nem que tenha de ir para o inferno. Bruninho é mais um que nasceu de uma relação sexual fortuita, onde o amor cede terreno para apenas um ficar com o outro. O seu avô, pai de sua mãe, recorre em liberdade da condenação por estupro de uma das filhas, com 10 anos à época. Sua avó, que abandonou sua mãe ainda pequena, conseguiu a guarda provisória e promete criar o neto com uma devoção que faltou à sua filha. Nem começou a engatinhar e Bruninho não encontrou amparo na Justiça, que não protegeu sua mãe da quadrilha do goleiro Bruno. Simplesmente porque a juíza Ana Paula Laviola de Freitas entendeu que Eliza e Bruno não mantinham qualquer tipo de relacionamento afetivo, familiar ou doméstico e a Lei Maria da Penha não contempla a relação de caráter puramente eventual e sexual, não levando em conta que Eliza estava grávida de 5 meses e sofrera cárcere privado para obrigá-la a ingerir veneno abortivo. Um dia Bruninho tomará conhecimento do que Bruno vomitou: “Ainda irei rir muito desta história”.