Al Pacino é daqueles atores que se vai ao cinema primeiro para vê-lo em cena, e depois apreciar o filme. Sempre foi o grande ator de “O Poderoso Chefão” e só veio a ganhar apenas um Oscar em “Perfume de mulher” nos anos 90. Presente nos dois filmes em exibição “Não olhe para trás” e “Último Ato”, que guarda alguma semelhança com “Birdman”, em que Al Pacino encarna um ator envelhecido que vai perdendo a razão ao acreditar que não possui mais vitalidade num mundo voltado para os jovens, fazendo com que o espectador não consiga mais distinguir a realidade da ficção, se é a vida do protagonista ou do próprio ator que está em jogo. Em “Não olhe para trás”, Al Pacino também protagoniza um veterano, dessa vez cantor, que não mais deseja cantar seus sucessos que o tornaram famoso e que o faziam especial, algo maior do que seu próprio talento, por ainda se julgar capaz de compor outro estilo de música que permeou sua carreira a vida inteira. Ambos os papéis representativos do inconformismo ao não aceitarem à decadência correlacionada à velhice, sujeitos à aposentadoria obrigatória, justapondo-se aos 75 anos muito bem vividos por Al Pacino.
Deixe um comentário