Depois da leitura do quarto livro do Dr. Paulo Cesar Fructuoso, Alienígenas ou Médiuns?, em sequência, reconheço que suas ousadas reflexões espiritualistas e científicas, como sua sede de conhecimento movida por uma perplexidade existencial, estão exercendo em mim tamanho peso na minha inspiração que propiciaram um novo olhar sobre Kardec e o espiritismo.
Alienígenas seriam capazes de interferir na mente de grandes pensadores e cientistas, influenciando, de acordo com a capacidade intelectual de cada um, a produção de importantes obras e descobertas que impulsionam o progresso da humanidade. Mesmo porque alienígena não é mais considerado science fiction e incabível negar a existência de outras civilizações ultraevoluídas nos incontáveis mundos deste Universo capazes de abrigar vida, com grandes probabilidades de nos visitar sem serem percebidas e mesmo influenciar nossa história. Tampouco pode ser desconsiderada a existência de habitantes de mundos paralelos ao nosso, situados em faixas de vibrações diferentes, com possibilidades ainda maiores de orientar nosso progresso, seja ele científico, artístico ou moral. Fechando seus questionamentos sobre o nosso Universo, Fructuoso indaga por que essas inteligências cósmicas, responsáveis pelas leis que regem o movimento dos corpos celestes, a formação dos sistemas planetários e a organização das galáxias, restringiriam o fenômeno vida somente a um único e insignificante planeta na imensidão universal que nos rodeia? Por outro lado, por que a grande maioria de nós é incapaz de captar essas comunicações ditas mediúnicas? Será porque não temos tempo para pensar em aqui retornarmos em periódicas encarnações e sequer na eternidade da vida em espírito?
Extraordinária e singela definição de Gabriel Delanne: a mediunidade não é um dom extraordinário ou uma anormalidade, mas sim um estado fisiológico existente em todos os seres, porém somente em alguns de forma exacerbada ou bastante clara. Por isso, ainda há um longo caminho por percorrer até que informações verossímeis trazidas à tona pela mediunidade adquiram credibilidade daqueles que só vendo para crer e atrelados ao materialismo. Ou igualmente admitir quanto aos motivos de sermos tão gratuitamente odiados nessa encarnação estar relacionados a legiões de espíritos que prejudicamos em vidas passadas. O homem jamais chegará a compreender seu estágio atual enquanto se mantiver atado a seu umbigo, orgulho e ignorância, insistindo em ver as coisas somente de um ponto de vista mesquinho.
Excelente a confrontação entre o acaso e o Universo constituído de padrões e sequências exatas em tudo que nos rodeia. Se, a cada cálculo pesquisado, constata-se uma precisão que nos assombra, comprovado até na estrutura do corpo humano, se Leonardo da Vinci já se utilizava de cadáveres para medir rigorosamente suas proporções. Como atribuir tudo isso ao acaso?
Nunca chegaremos a ter uma compreensão completa do que seja um “gênio” apenas examinando seu cérebro, mesmo porque o do Einstein foi vasculhado e nada encontraram de diferente. Nem pela argumentação tradicional de que a genialidade é o resultado de bons genes, hereditariedade e trabalho exaustivo. Ou se suas descobertas são provenientes de níveis de consciência alienígenas ou espirituais de onde suas ideias lhes foram transmitidas telepaticamente em estado de vigília ou durante os sonhos, como se estivesse em curso um esforço superior e programado para aperfeiçoar o conhecimento humano, gradual e incessantemente. E quando ocorre a destruição de alguma parte encefálica por um trauma ou uma doença neurológica, e o cérebro se recompõe dentre trilhões de conexões neuronais com circuitos capazes de proporcionar dotes intelectuais, científicos e habilidades artísticas em nível de gênio? E seria o gênio um médium, na acepção da palavra, trazendo em si alguma espécie de missão prévia e meticulosamente elaborada para auxiliar a família humana em sua caminhada? E por que estamos assistindo a uma evolução cada vez mais rápida nas descobertas científicas? Superando tudo o que foi desvendado em todo o resto da História. Tempos melhores virão?
A reforçar essa linha de raciocínio, as crianças índigo, transcendendo para uma intelectualidade superior e com sexto sentido, capazes de conseguir influenciar os adultos, acreditando estar neste mundo em virtude dele ter sido preparado para elas, surpreendendo-se e se irritando quando não são compreendidas ou não têm seus desejos atendidos, sentindo-se desrespeitadas ao não poderem exteriorizar a totalidade de suas potencialidades e a forma correta de fazer as coisas ou com mais eficácia, aí se tornando rebeldes e desobedientes, frustradas com nossas imposições e costumes. Não temem ameaças ou serem punidas, só se sentindo perfeitamente à vontade em companhia de crianças semelhantes.
Temos ouvidos para ouvir e olhos para ver, mas não escutamos as vozes nem enxergamos o que provém do Grande Além, atribuindo a lendas a separação das águas do Mar Vermelho para dar passagem ao povo hebreu rumo à Terra Prometida, em andança durante 40 anos, sob a liderança de Moisés. Como duvidar do Código de Hamurabi (1772 a.C.), um conjunto de normas morais e básicas para se governar uma sociedade, ditadas pelo próprio rei, em transe? Se descumpridas, implicavam em penas correspondentes ao peso do delito (olho por olho, dente por dente). Os milagres da Igreja Católica, a aparição e as revelações de Nossa Senhora de Fátima em Portugal. “Meu cérebro é apenas um receptor”, faço minhas as palavras do médium e inventor Nikola Tesla, tudo saindo exatamente como ele planejava. O gênio universal de Leonardo da Vinci dominou todos os conhecimentos científicos de sua época, mas sua mente o lançou à frente de seu tempo – “a verdade é filha do tempo”. Einstein disse que a lei da relatividade lhe viera por intuição, o mecanismo do descobrimento não é lógico nem intelectual e sim uma iluminação súbita, quase um êxtase; depois a inteligência decerto analisa e a experimentação confirma a intuição. Reclamavam dele ser esquisito, anormal, egoísta, mas é que pressentia a necessidade de isolamento diante da iminente abertura de enigmáticos canais de comunicação: “penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio, e eis que a verdade se me revela.”
Se em todas as culturas existem ensinamentos e leis que remontam a líderes que reconhecem ter-lhes sido transmitido algo por alguém que não é deste mundo, então, alguma força ou governo externo ou espíritos estariam guiando o planeta Terra, a evolução das espécies e a humanidade há milênios. E também controlando a formação e o movimento das galáxias, das estrelas e dos planetas, por extensão. Todo o Universo. À medida que uma civilização fosse alcançando condições ou merecimento de receber um impulso científico ou tecnológico, mentes preparadas intencionalmente captariam essas inspirações. Moldando assim nossa civilização. Coerente com o que o Mestre Jesus anunciou: “nada existe oculto que um dia não seja revelado”.