Eu me abaixo para limpar
o xixi dos meus cachorros o tempo todo
Que fede, suja e cansa
E nessa dança de trocar jornal
E jogar álcool pra lá e pra cá
Eu percebo que amar
É saber se ajoelhar
Para cuidar de quem se ama
É sujar as mãos com a bosta alheia
Sem fazer cara feia
Com um sorriso de alegria
Por ter tanto amor dentro de si
Eu me curvo toda sem glamour
Sem ego ou vaidade
Porque o amor é a verdade
Mais nobre que eu conheço
E recebo de volta muito amor
Porque mereço
Faço escolhas, pago o preço
Pelos filhos que herdei
Que me escolheram quando órfãos
Eu me abaixo sim, o tempo todo
Porque enquanto eles viverem
De falta de amor é que não morro