Em 1996, o gaúcho Rodrigo Teixeira ingressa num cinema de Porto Alegre e descobre o que gostaria de ser na vida ao se deparar com o filme “Independence Day”, de Roland Emmerich: criar efeitos especiais em Hollywood.
Em 2001, Rodrigo foi tentar a sorte em Los Angeles: era apenas mais um dos milhões que buscaram um lugar ao sol na indústria do cinema. Começou por mostrar seu trabalho em agências de publicidade, distribuindo 150 fitas VHS; não recebeu nem um sim, nem um não. Depois de um ano ralando, foi convidado por amigos para confraternizar ao redor de uma fogueira na praia.
– O que um brasileiro faz em Hollywood? – pergunta-lhe o alemão Volker Engel.
– “Independence Day” mudou minha vida.
– Que coincidência! Mudou a minha também. Com este filme, ganhei meu primeiro Oscar de efeitos visuais.
Meses depois, Engel convida Rodrigo para integrar a equipe responsável pelos efeitos de “O dia depois de amanhã”, de Roland Emmerich. O mesmo que propiciou ao seu espírito ganhar corpo e conquistar o seu dia de independência. O mentor que inspirou sua criatividade. Com quem Rodrigo tornar-se-ia seu diretor técnico de iluminação no filme “2012”, na sequência da paixão do alemão Emmerich por apocalipse.
Emmerich foi para os Estados Unidos em 1989. Fã de “Guerra nas Estrelas” e frustrado por não encontrar boa receptividade em filmes do gênero que realizou na Alemanha. Visto como marginal, causou indignação aos nativos a pretensão de produzir filmes hollywoodianos na excelência da cultura alemã.
Fascinado pelo fim dos dias, preocupa-se com o que vale a pena ser salvo – sua Alemanha já viu seu chão ser tragado pelas profundezas da solução final, que resultou no extermínio dos judeus. Quando Emmerich escapou do ódio gratuito de seus patrícios e se tornou o regente da destruição de nosso planeta em filmes para salvar o que ainda podemos. Quando não existe coincidência, pois Rodrigo Teixeira apenas seguiu à risca seu destino, entusiasmado pela sua missão de recriar o mundo em padrões apocalípticos.