Lula tem sido execrado por militantes que o abandonam em sua luta para eleger sua sucessora no combate à miséria. Queixam-se de que Lula não é Deus para impor sua vontade a quem pretende construir uma democracia e não quer comungar com um PMDB descompromissado com as teses do PT. Se o PT derrotou o coronelismo na Bahia, Piauí e Acre, por que é bom reforçar no Maranhão a oligarquia decadente dos Sarney? Até o neopetista do Gabeira reclama que Lula frustrou os sonhos de quem colocou o PT no poder e que ele deseja substituir por outro grupo para ver se a coisa melhora. Quando o PT que tomou o lugar do partido criado há 40 anos, sob o manto da pureza ideológica, tem os olhos hoje para a classe média emergente, proveniente da classe C, em busca de maior foro para se exercer como cidadão, e que um dia será independente do culto à personalidade de Lula. O novo PT faz alianças e convive com a realidade política brasileira, não mais a ignorando como se cheirasse mal. Mandou descer de seu carro-chefe a ideologia, abriu mão da fidelidade canina aos princípios nobres, conversando sempre se pode chegar a um acordo e essa é a melhor de transformar a sociedade. Foi o que Lula fez nos últimos 8 anos. Se o casamento com uma esposa fiel derivou para o concubinato é porque a política costuma atrair puta velha. E bom moço que promete acabar com esquemas e patotas corporativas com sua história de vida.