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AS FORÇAS ARMADAS COMPROMETERAM SUA CREDIBILIDADE COM O DITADOR BOLSONARO

O que é preocupante na intentona bolsonarista foi a participação de peso dos militares: dos 37 indiciados, 25 fardados ou na reserva, o que dá no mesmo. Não se pode acusar as Forças Armadas como um todo, mas que votaram expressivamente no capitão terrorista que planejou explodir quartéis em 1987 e 88, não há dúvida. Conhecem-no bem por meio de “Se eu fosse presidente, daria um golpe no mesmo dia e fazer o que o regime militar não fez, matando uns 30 mil de cara, começando pelo FHC”, “Tenho que parabenizar a cavalaria americana por ter dizimado os índios, e eles não terem mais esse problema”, “Quem procura osso, é cachorro” (alusão aos corpos dos desaparecidos na ditadura), “Dilma tem que sair, nem que seja infartada ou com câncer”, “Não sou coveiro” (alusão às famílias das vítimas da pandemia), “Lula, você vai apodrecer na cadeia” (quando empossado presidente). Se o passado do Bolsonaro já o condena, imagina tramando envenenar Lula presidente, Alkmin vice e Alexandre de Moraes, xerife da Corte Suprema? Ainda mais com a argumentação de seu filho Flavio e advogado de porta de cadeia, “vontade de matar alguém, todo mundo alguma vez na vida já teve”. O mais engraçado é que se comparava Lula a Maduro, e não Bolsonaro. Quando as Forças Armadas irão aprender a lidar com a democracia? Quem ainda acredita na Academia das Agulhas Negras, a faculdade de Bolsonaro? Quem ainda leva fé na honestidade dos militares e em sua inteligência para enfrentar os “inimigos internos”? Os crimes da ditadura deixam cicatrizes e comprometem a credibilidade das instituições. Não haverá mais diferença entre golpistas fardados e milicianos?

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Antonio Carlos Gaio
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