As manifestações não corresponderam às expectativas conforme reiteradas convocações para tirar proveito do dia da Independência, especialmente de grupelhos de direita que mal têm forças ou ânimo para sair de casa, de tão caquéticos que se tornaram. De 200 a 700 insurgentes, em média, se agruparam conforme o porte da cidade, o que é muito pouco se comparado aos milhares que foram às ruas em junho passado. Os Black Blocs, com camisas enroladas nos rostos escondendo suas fisionomias, roubaram a cena da maioria gritante dos manifestantes pacíficos no Brasil, que se encolheram para, notadamente no Rio de Janeiro, pretender melar a parada de 7 de Setembro, invadindo a pista. A finalidade de partir para o enfrentamento é clara, seja para, com inspiração anarquista, encostar na parede o Poder Público ou provocar a truculência policial. Ficando em segundo plano as justas reivindicações políticas, tamanha a diversidade do que se pleiteia, com lemas infantis como “Mas que vergonha, a passagem está mais cara do que a maconha” ou “Os heróis usam máscaras”, enquanto o Congresso continua a cozinhar em banho-maria a reforma política e a não cassar condenado pela Justiça. Dando margem a Caetano Veloso, em sua descomunal ânsia midiática de aparecer, deixar-se fotografar mascarado como um ninja, e levantar a babaquara questão: “se todos podemos sair no Carnaval de máscara, por que não nas manifestações?”. Brincando com um assunto sério que desencadeia tensões ao incitar todos a sair com máscaras, mas “desde que com beleza e sem violência”. Quando nunca foi anticapitalista, comunista, partidário de luta armada ou defensor de ideias sectárias. Se foi preso e teve que se retirar do país se deveu à completa estupidez da ditadura militar, que pensava ser o movimento tropicalista um baiano fumando maconha e tocando violão debaixo de um coqueiro, defronte à praia. Já foi eleitor de uma miscelânea de partidos (do Brizola, FHC, Lula, Marina), o seu forte não é ter convicções e a sua praia é ser pop.